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Caatinga retira da atmosfera 5,2 t de carbono por hectare

Henrique RodartePor Henrique Rodarte13/01/2025
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Caatinga
Foto: Marcelino Ribeiro/Embrapa
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Um estudo realizado pelo Observatório Nacional da Dinâmica da Água e do Carbono no Bioma Caatinga (OndaCBC) revela que a Caatinga, um bioma exclusivo do Brasil, se destaca como um dos mais eficientes sumidouros de carbono do planeta. Ao longo de quase uma década, a região conseguiu retirar da atmosfera uma média impressionante de 5,2 toneladas de carbono por hectare anualmente, ou 527 gramas por metro quadrado.

A pesquisa comparou os dados da Caatinga com outras regiões secas ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos, Canadá, México, Espanha, Austrália e até mesmo áreas na África e América do Sul. Os resultados colocam a Caatinga em uma posição privilegiada, superando até mesmo as florestas da Amazônia em termos de eficiência na captura de carbono.

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O professor Bergson Bezerra, líder do OndaCBC, destaca que a taxa máxima registrada em outros locais foi de 548 gramas de carbono por metro quadrado, encontrada em uma floresta no Peru. “A Caatinga está seguramente entre os maiores sumidouros entre as florestas secas do mundo”, afirma Bezerra.

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A pesquisa identificou que a precipitação é o fator mais importante para as trocas de carbono no bioma. Embora a temperatura, radiação e umidade permaneçam relativamente constantes ao longo do ano, as chuvas, mesmo que em quantidades modestas, têm um impacto significativo. Elas estimulam o crescimento da vegetação, aumentando assim a capacidade da Caatinga de absorver CO₂ da atmosfera. “As chuvas atuam como um catalisador para o crescimento vegetal, tornando o bioma altamente eficaz na captura desse gás”, explica Bezerra.

Metodologia: rede de torres micrometeorológicas

Desde 2010, o OndaCBC tem coletado dados em várias torres micrometeorológicas localizadas em municípios estratégicos de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A torre mais antiga e completa está instalada na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), onde monitora uma área nativa há 13 anos. A pesquisadora Magna Soelma Beserra ressalta que essa rede de torres permite uma análise abrangente das trocas de energia e carbono no bioma.

Os dados coletados incluem variáveis meteorológicas como chuva, radiação solar e temperatura, além das concentrações de vapor d’água e dióxido de carbono. “Antes do Observatório, não tínhamos dados consistentes sobre o potencial da Caatinga como sumidouro de carbono. Agora estamos obtendo evidências robustas que confirmam sua eficácia”, afirma Beserra.

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Implicações para políticas públicas

Os resultados do estudo têm implicações significativas para a formulação de políticas públicas voltadas à conservação e manejo sustentável da Caatinga. Aldrin Perez Marin, pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), argumenta que os dados podem subsidiar programas de crédito de carbono na região. “Esses programas podem gerar benefícios econômicos e ambientais a curto e médio prazo”, destaca Marin.

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Além disso, ele enfatiza a importância da Caatinga na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. “A eficiência da Caatinga em capturar carbono fortalece o argumento para políticas públicas que promovam sua conservação”, acrescenta.

A biodiversidade da caatinga

Ocupando cerca de 11% do território brasileiro em uma área aproximada de 850 mil quilômetros quadrados, a Caatinga é um ecossistema rico em biodiversidade adaptada às condições semiáridas. Embora antes fosse considerada uma região com baixa diversidade de espécies, estudos recentes revelam uma ampla gama de flora e fauna endêmicas.

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Além disso, a Caatinga desempenha serviços socioambientais essenciais, como regulação do clima e controle da erosão. O pesquisador Aldrin Perez Marin também observa que o bioma possui potenciais socioeconômicos significativos através do aproveitamento sustentável de frutos nativos e plantas medicinais.

Preservação e futuro sustentável

Os resultados obtidos pelo OndaCBC não apenas destacam a importância da Caatinga como um sumidouro eficiente de CO₂, mas também ressaltam a necessidade urgente de preservar esse ecossistema vital. As pesquisas em andamento têm o potencial de informar políticas públicas que visem à recuperação de áreas degradadas e à conservação das áreas intactas.

Compreender o papel crucial da Caatinga na mitigação das mudanças climáticas é essencial para garantir um futuro sustentável para as comunidades locais que dependem desses recursos naturais. À medida que novas pesquisas são realizadas, espera-se que elas sirvam como um alerta sobre a importância da preservação dos ecossistemas secos, muitas vezes negligenciados mas fundamentais para a saúde ambiental global.

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Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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