Um ambicioso projeto de financiamento para produtores de cacau no Brasil está em andamento. O Instituto Arapyaú, a Violet, a ONG Tabôa e a MOV Investimentos criaram o fundo Kawá, que visa fomentar a agricultura familiar e regenerativa no Brasil. Inicialmente, o fundo beneficiará 1.200 agricultores na Bahia e no Pará com R$ 30 milhões. Assim, supera em quase três vezes o financiamento público do Pronaf em 2023. Além disso, o Kawá combina tecnologia inovadora para pequenos produtores de cacau.

“Nossas experiências de concessão de crédito aliado à assistência técnica rural se mostraram bem sucedidas. Tais condições contribuíram para o aumento da produtividade, além da baixa inadimplência”, afirmou, em nota, Roberto Vilela, diretor-executivo da Tabôa, destacando a eficácia desse modelo. A Tabôa é uma das entidades envolvidas no projeto e tem experiência em financiar pequenos agricultores.
A importância dos pequenos produtores de cacau no Brasil é notável. “Ao mesmo tempo, cerca de 80% da produção de cacau no Brasil depende dos agricultores de pequenas propriedades”, ressalta o comunicado do fundo. Isso evidencia a necessidade de apoiar esses agricultores, que frequentemente enfrentam dificuldades em acessar crédito e tecnologia para melhorar suas plantações.
O fundo Kawá oferece condições atraentes para os agricultores. Os prazos de pagamento são de até três anos, com juros anuais de 12% e um período de carência médio de seis meses. Essas condições são mais favoráveis do que as oferecidas por muitas instituições financeiras tradicionais, que geralmente exigem prazos mais curtos e taxas mais altas.
Produção de cacau
A iniciativa surge em um momento crucial para o setor. A produção de cacau no Brasil enfrentou uma queda significativa no ano passado, e 2025 promete ser igualmente desafiador. Com o apoio do fundo Kawá, os pequenos produtores podem não apenas recuperar suas perdas, mas também expandir suas operações e melhorar a qualidade do cacau produzido. Além disso, o projeto visa contribuir para a sustentabilidade ambiental e social das comunidades rurais, promovendo práticas agrícolas responsáveis e justas.
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