Num futuro que galopa rápido, a Kawasaki decidiu apostar em quatro patas e um sopro de hidrogênio: o cavalo robô. Na Expo 2025, em Osaka, a gigante japonesa apresentou ao mundo o Corleo — um robô quadrúpede que lembra um cavalo de verdade, mas sem crina, sem relincho e sem sela de couro. No lugar disso, carrega um motor de 150cc alimentado por hidrogênio, olhos artificiais que leem o terreno e uma proposta ousada: reinventar a forma como nos movemos por lugares onde o asfalto não chega.
O Corleo é uma daquelas ideias que, à primeira vista, parecem saídas de um filme de ficção científica. Mas não se engane. Ele existe, tem estrutura metálica coberta por carenagens elegantes e patas que pisam firme com cascos de borracha — pensados para dar mais tração, absorver impactos e, quem sabe, um dia até substituir os cavalos de verdade em áreas rurais.
Apesar de ainda não estar a venda, o protótipo já mostrou que sabe o caminho das pedras. Em vídeos divulgados pela fabricante, o cavalo robô aparece escalando morros íngremes, cruzando ravinas e correndo em campos abertos como se tivesse nascido para isso. Mas o que move o Corleo não é só o motor — é uma ideia: a de que mobilidade e sustentabilidade podem andar juntas, lado a lado, como cavalo e cavaleiro em harmonia.
Energia limpa
O combustível? Hidrogênio. A emissão? Só vapor d’água. Uma pegada leve num mundo que tropeça em suas próprias pegadas de carbono. É por isso que o cavalo robô se destaca: ele não apenas anda — ele aponta o caminho.
O controle é feito com o corpo. Sim, isso mesmo. O piloto se posiciona sobre a estrutura e usa os próprios movimentos para dar comandos, como faria num cavalo de carne e osso. A inteligência embarcada entende os gestos, lê o solo com sensores e ajusta os passos com precisão cirúrgica. Nada de trancos ou tombos: o Corleo sabe onde pisa.
Uso e funcionalidade
Por trás da engenhoca está uma aposta clara: abrir trilhas em terrenos difíceis, onde tratores não entram e drones não tocam o chão. No campo, por exemplo, o Corleo pode monitorar plantações, levar ferramentas até áreas remotas ou até substituir pequenas cargas de transporte. É o tipo de inovação que promete fazer o que os drones fizeram pela agricultura de precisão — só que agora, no chão.
Na cidade, ele pode virar atração turística, meio de transporte alternativo ou solução para missões de resgate em áreas afetadas por desastres naturais. No setor militar, não faltam olhares atentos para a ideia de um robô robusto, ágil e silencioso.
O painel digital na frente exibe rotas, nível de combustível e outras informações úteis. Parece um tablet grudado no pescoço do bicho — uma mistura de sela tecnológica com GPS de última geração. Tudo muito bonito, tudo muito promissor. Mas, por enquanto, só conceito.

A Kawasaki ainda não cravou datas para produção em série. Mas a simples aparição do Corleo em Osaka já deixa um recado: a revolução da mobilidade não virá só sobre rodas. Ela pode muito bem chegar troteando, com quatro pernas metálicas, sem emitir um pingo de poluição. E talvez, quem sabe, com um relincho eletrônico ao fundo, só pra lembrar que o futuro também tem memória.
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