O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apresentou, em São Paulo, as boas práticas socioambientais da cafeicultura brasileira a representantes da Marubeni Corporation e da Global Alliance for Sustainable Supply Chain (ASSC). A organização japonesa promove cadeias de valor sustentáveis com foco na proteção dos direitos trabalhistas.
Segundo Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, a ASSC foi contratada pelas companhias Ajinomoto e ITO EN para estudar as cadeias produtivas de café, cana e soja no Brasil. Em resumo, o levantamento analisa impactos ambientais e condições trabalhistas nessas culturas.
No encontro, Matos destacou a relevância socioeconômica e ambiental do café para o Brasil. Ao mesmo tempo, ele destacou que o setor se mantém organizado, eficiente e moderno, o que assegura ao produtor uma das maiores transferências de preço Free on Board (FOB). Ou seja, esse fator impulsiona o desenvolvimento das regiões cafeeiras. “O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dessas cidades supera a média nacional”, afirmou.
Responsabilidade Social e Sustentabilidade
Silvia Pizzol, diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé, apresentou os programas da entidade voltados à promoção do trabalho decente. Entre eles, estão o “Produtor Informado”, a “Iniciativa de Ação Coletiva Bem-estar Social na Cafeicultura” e a “Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil”. As iniciativas garantem conformidade com as novas legislações do comércio mundial e as diretrizes ESG.
A apresentação também abordou a legislação brasileira para proteção do trabalhador. Pizzol destacou a importância do diálogo social, da fiscalização trabalhista e da evolução constante das leis para melhorar as condições de trabalho.
Matos enfatizou que a comunicação deve ser responsável e evitar generalizações sobre violações trabalhistas. “O Brasil não deve ser prejudicado, mas valorizado por sua transparência no enfrentamento de desafios sociais”, defendeu.
Os representantes da ASSC elogiaram as iniciativas do setor cafeeiro brasileiro. Ou seja, segundo Matos, a delegação japonesa reconheceu que o Brasil está preparado para as novas regras de comércio e que eventuais violações são pontuais e monitoradas.
O Cecafé reafirmou seu compromisso com condições de trabalho dignas e colaboração na cadeia produtiva do café. “Seguimos comprometidos com a sustentabilidade e o fortalecimento da cafeicultura brasileira no mercado global”, concluiu Matos.
Japão: parceiro estratégico do café brasileiro
O Japão é um dos principais importadores de café brasileiro. Em 2024, o país adquiriu 2,211 milhões de sacas de 60 kg, correspondendo a 4,4% das exportações nacionais. Portanto, com esse volume, a nação asiática ficou em quinto lugar no ranking dos maiores compradores do produto.
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