O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou de uma reunião técnica em Campinas (SP). O encontro integrou as ações do Grupo de Trabalho Brasil (GTB), da Plataforma Global do Café (GCP). Pesquisadores, técnicos e representantes da cadeia do café debateram práticas da agricultura regenerativa. Eles discutiram formas de monitorar os impactos no campo e avaliar os resultados.
Indicadores de performance
Durante o encontro, os especialistas analisaram indicadores de performance aplicáveis à cafeicultura regenerativa. Em geral, a proposta abrange quatro áreas principais: água, biodiversidade, solo e ambiente facilitador.
A diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé, Silvia Pizzol, destacou a relevância das contribuições. Segundo ela, a equipe da GCP Brasil vai consolidar as sugestões do grupo. “Os próximos encontros devem buscar o equilíbrio entre inovação e escalabilidade no campo”, afirmou Silvia. Ela ressaltou a importância das práticas regenerativas para a resiliência da cafeicultura brasileira. “Muitas dessas ações já ocorrem nas lavouras e têm alto potencial de expansão”, pontuou.
Essas técnicas aumentam os serviços ecossistêmicos e reduzem impactos climáticos na produção de café. O Cecafé já comprovou os benefícios em estudos científicos. As pesquisas contaram com coordenação do professor Carlos Cerri, da Esalq/USP, e do Imaflora. Os estudos mediram a adicionalidade de carbono com base em práticas regenerativas.
Entre as ações observadas estão o uso de matéria orgânica, cobertura vegetal no solo e insumos biológicos. Em resumo, todas favorecem a biodiversidade e reduzem emissões.
Resultados no campo
Em Minas Gerais, os resultados indicaram sequestro de 10,5 toneladas de CO₂ equivalente por hectare ao ano. Isso ocorreu com a adoção das práticas sustentáveis no cultivo de café arábica.
No Espírito Santo, os ganhos foram ainda maiores na cafeicultura de conilon. O balanço de carbono passou de -3,01 para -8,24 tCO₂eq/ha/ano, no comparativo entre manejo convencional e regenerativo.
Esses dados reforçam o papel da agricultura regenerativa na mitigação climática e sustentabilidade da cadeia do café no Brasil.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Desmatamento no Brasil cai 32,4% em 2024, segundo MapBiomas
+ Agro em Campo: IBGE prevê safra recorde de 328,4 milhões de toneladas em 2025