O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que ainda não recebeu um comunicado formal da China sobre um embargo total às importações de produtos avícolas brasileiros. A suspensão incluiria carnes, subprodutos e ovos com origem no Brasil.
Medida fitossanitária
A medida fitossanitária começou no dia 17 de maio, após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Desde então, a China deixou de importar carne de frango e derivados avícolas do Brasil.
Agências internacionais divulgaram nesta sexta-feira (30/5) que a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) teria oficializado a proibição. A decisão visa evitar a entrada do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Segundo a Bloomberg, a autoridade chinesa exigiu a desinfestação de resíduos de origem vegetal e animal vindos do Brasil. O comércio bilateral, atualmente interrompido, movimentou US$ 1,5 bilhão em 2024.
Pedido de flexibilização
Ainda no dia 20 de maio, o governo brasileiro solicitou à GACC que a restrição fosse limitada à região afetada. O pedido destacou que o Brasil já havia adotado todas as medidas sanitárias exigidas pelos protocolos internacionais. Mesmo assim, a China optou por uma suspensão mais ampla, desconsiderando a possibilidade de restrições regionais, previstas nos acordos sanitários internacionais.
Segundo o Mapa, com ou sem o comunicado oficial da GACC, a situação permanece a mesma: os embarques para a China continuam suspensos temporariamente. Até a última quinta-feira (29/5), a lista brasileira de restrições incluía carne de frango, miúdos e produtos termicamente processados. Ovos e derivados para alimentação animal, porém, permanecem liberados.
A suspensão afeta o comércio com 23 países. Além da China, outros 22 destinos também suspenderam as compras de carne de frango do Brasil. O número foi atualizado pelo governo federal na última quinta-feira (29/5).
Entre esses países, 14 aplicaram restrições apenas às granjas do Rio Grande do Sul. Já Emirados Árabes e Japão optaram por suspender temporariamente as importações provenientes de Montenegro, município onde houve o foco da doença.
No caso dos ovos, dez países interromperam as importações. A China, por outro lado, não está nesta lista. Entre os países que suspenderam estão Argentina, Chile e Uruguai. A Arábia Saudita limitou a restrição aos ovos gaúchos.
Por fim, 15 nações também suspenderam as compras de miúdos de aves provenientes de todo o território brasileiro.
Leia mais:
+ Agro em Campo: RS muda barreiras contra gripe aviária em Montenegro
+ Agro em Campo: Manejo sustentável do pirarucu é destaque em evento no Amazonas