A China voltou a autorizar cinco unidades brasileiras a exportar soja. A liberação ocorreu após embargo sanitário imposto em janeiro deste ano. A permissão está em vigor desde 25 de abril. A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura recebeu a confirmação oficial. Ou seja, segundo o documento, as autoridades chinesas aprovaram as medidas técnicas apresentadas pelo Brasil para resolver as pendências sanitárias.
Motivo do embargo
O embargo atingiu unidades de cinco empresas: ADM do Brasil, Cargill S.A., Terra Roxa, Olam Brasil e C.Vale. Na ocasião, a China detectou grãos com revestimento de pesticidas. Esse procedimento é comum em sementes, não em grãos para consumo. Fontes afirmaram que cargas de grãos e sementes foram misturadas. Em resumo, o caso foi considerado um descuido, sem abalar a relação comercial.
Um técnico do governo alertou: “Os volumes são grandes, os cuidados devem acompanhar.” As autoridades chinesas também encontraram pragas quarentenárias. O Brasil tratou a suspensão como um movimento técnico. O governo negou motivação política ou comercial na decisão da China. Em geral, a expectativa era resolver a situação em dois meses. Porém, as empresas ficaram três meses fora do mercado chinês.
Apesar disso, o impacto foi considerado nulo. Mais de 1,7 mil estabelecimentos seguem autorizados a vender soja ao país asiático.
Fórum China-Celac
O anúncio ocorre dias antes da viagem de Lula à China. O presidente participa do Fórum China-Celac, em 12 e 13 de maio. Lula deve se reunir com Xi Jinping. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, também participam.
Grande comitiva do agro brasileiro
A maior comitiva do agro brasileiro acompanhará a missão. Serão cerca de 150 representantes de diferentes setores produtivos. O grupo discutirá aberturas de mercado, ampliação das exportações e temas sanitários e tarifários. Carlos Fávaro já afirmou que o Brasil pode suprir a China. O país pretende ocupar espaços deixados pelos EUA na guerra comercial. Além disso, a CNA espera atrair investimentos chineses para infraestrutura. Esse é um dos principais gargalos do agronegócio nacional.
Ao mesmo tempo, outro foco da agenda será a ampliação de estruturas multimodais. A meta é melhorar o transporte de cargas no país. Avançar nessas negociações ficou ainda mais estratégico. A disputa entre EUA e China e os conflitos geopolíticos limitam investimentos globais. Dessa forma, o Brasil quer garantir espaço no radar chinês. O objetivo é atrair recursos para projetos estruturantes no campo.
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