A combinação de dias quentes, noites frias e alternância entre períodos de seca e umidade tem criado um ambiente propício para o surgimento e agravamento de doenças em lavouras de milho, feijão e algodão, alertam especialistas. Essas condições climáticas aumentam o estresse das plantas, facilitando a ação de fungos e outros patógenos que comprometem a produtividade agrícola.
Segundo a professora Adriana Matos, do curso de Agronomia da Una Jataí, entre as doenças mais recorrentes neste período estão o mofo branco, que atinge feijão e algodão, e a mancha branca no milho, típica das noites frias, especialmente em plantações tardias. Outro alerta importante é a ramulária no algodão, que se desenvolve com o aumento da umidade noturna devido ao orvalho, prejudicando a qualidade e a quantidade da fibra. A doença inicia-se na parte inferior da planta, dificultando o alcance dos fungicidas em lavouras já fechadas.
No milho, doenças foliares como ferrugem polissora, ferrugem comum e helmintosporiose são favorecidas por alta umidade e temperaturas amenas, entre 14ºC e 27ºC. E podem causar perdas significativas se não manejadas adequadamente. Já no algodão, além do mofo branco, a mancha-alvo e a mela do algodoeiro são doenças fúngicas que ameaçam a produção e qualidade da fibra, sendo favorecidas por períodos chuvosos e solos mal drenados.
Impacto do clima e pragas na lavoura
As recentes chuvas, embora tenham beneficiado as lavouras, aumentaram a umidade do ambiente, intensificando o surgimento de fungos e doenças. Além disso, o avanço do bicudo-do-algodoeiro tem causado danos expressivos, especialmente devido à falta de controle das plantas tigueras, que funcionam como reservatório da praga.
Para evitar prejuízos, a orientação é realizar o controle preventivo, monitorando sinais iniciais e conhecendo a sensibilidade dos híbridos ou cultivares plantados. Aplicações de fungicidas devem ser antecipadas, antes do aparecimento dos sintomas visuais, para maior eficácia. O manejo integrado de pragas e doenças, com rotação de técnicas e produtos, é fundamental para evitar resistência dos patógenos. Além de garantir o controle eficiente diante das mudanças climáticas que antecipam o surgimento das doenças.
A professora Adriana Matos reforça que o produtor deve adaptar o manejo fitossanitário às condições climáticas atuais. Além disso, investir em monitoramento constante, aplicação no momento correto e uso de armadilhas para insetos. Essas ações são essenciais para preservar a saúde das plantas e assegurar a produtividade das lavouras.
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