O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu as taxas de juros das operações de crédito rural com recursos dos Fundos Constitucionais para o ciclo 2025/2026. A medida foi aprovada em reunião extraordinária realizada nesta sexta-feira (11/7), em continuidade à execução do Plano Safra.
Os juros valem para operações com recursos dos fundos do Nordeste (FNE), Norte (FNO) e Centro-Oeste (FCO). Ao mesmo tempo, todas incluem bônus de adimplência para quem quitar as parcelas antes do vencimento. As taxas variam conforme o porte do produtor e a finalidade do crédito. Segundo o Ministério da Fazenda, a regra se aplica a operações de custeio, investimento e ações sustentáveis.
Taxas no Centro-Oeste (FCO)
No FCO, os juros pré-fixados para investimento partem de 10,4% ao ano para produtores com renda de até R$ 16 milhões. A alíquota sobe para 11,87% para quem fatura entre R$ 16 milhões e R$ 90 milhões, e chega a 13,37% para faturamento superior a R$ 90 milhões. Com o bônus de adimplência, os juros recuam para 9,8%, 11,3% e 13%, respectivamente.
Nas operações de custeio, as taxas são de 11%, 12,34% e 14,44% para os mesmos grupos. Com o bônus, caem para 10,3%, 11,8% e 13,8%. Além disso, projetos de baixo carbono, tecnologia e armazenagem terão juros de 8,6%, podendo cair para 8,5% com o bônus.
Taxas no Nordeste (FNE)
No FNE, os juros para investimentos são de 8,63%, 9,62% e 10,5%, conforme o porte do produtor. Com adimplência, as taxas caem para 8,3%, 9,3% e 10,3%.
Para custeio, os juros são de 9,25%, 9,89% e 11,05%, com redução para 8,8%, 9,5% e 10,8% ao aplicar o bônus. Créditos sustentáveis, tecnológicos e para armazenagem terão juros fixos de 8,3%, reduzidos a 8,2% com adimplência.
Taxas no Norte (FNO)
As taxas do FNO para investimentos começam em 9,22% para produtores com até R$ 16 milhões de receita. Atingem 10,17% para faturamento intermediário e 11,03% para grandes produtores. Com o bônus, caem para 8,8%, 9,8% e 10,8%.
Para o custeio, os juros são de 9,85%, 10,78% e 11,52%. Aplicado o bônus, as taxas caem para 9,3%, 10,3% e 11,3%. Créditos para sustentabilidade, tecnologia e armazenagem terão taxa de 8,4%, reduzida a 8,3% com adimplência.
Juros pós-fixados e agricultura familiar
No caso das taxas pós-fixadas, a estrutura inclui parte fixa somada ao Fator de Atualização Monetária (FAM). Esse modelo será aplicado em operações de investimento.
Além disso, o CMN atualizou os juros para a agricultura familiar, já anunciados no Plano Safra. Os financiamentos para produtos da sociobiodiversidade, orgânicos e agroecológicos terão taxa anual de 2%.
Custeios para arroz, feijão, mandioca, trigo, hortaliças e frutas como abacaxi, banana, cacau e laranja terão juros de 3% ao ano. A mesma taxa vale para milho, desde que o valor total por produtor não ultrapasse R$ 25 mil.
Já as atividades pecuárias, como apicultura, bovinocultura de leite, aquicultura, avicultura de postura, pesca, ovinocultura, caprinocultura e extrativismo sustentável, também terão juros de 3% ao ano.
Quando os financiamentos com milho ultrapassarem R$ 25 mil, e para outras culturas, a taxa será de 6,5% ao ano. Já os produtores de soja, algodão e gado de corte terão juros de 8,5% ao ano.
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