A colheita do caqui está em pleno andamento em Turvolândia, no Sul de Minas Gerais, município que lidera a produção da fruta no estado. Segundo estimativas da Emater-MG, a expectativa para 2025 é de uma produção aproximada de 2 mil toneladas, número que representa cerca de metade da produção mineira. O período de colheita se estende até julho, com o pico concentrado entre abril e maio.
Apesar do volume expressivo, a safra deste ano deve ser 20% menor em relação à média dos anos anteriores. O extensionista da Emater-MG, Fábio Firmo, atribui a redução às condições climáticas adversas registradas no fim de 2024, como altas temperaturas, baixa incidência de chuvas e uma recente queda de granizo, que prejudicou parte das lavouras locais. Atualmente, Turvolândia conta com 200 hectares dedicados ao cultivo do caqui.
Diversificação e tradição fruticultora
A tradição na produção de caqui em Turvolândia remonta à década de 1970, com a chegada da colônia japonesa. Isso transformou o município em um polo de fruticultura diversificada. Além do caqui, os agricultores locais cultivam abacate, ameixa, atemóia, goiaba, laranja, pêssego e lichia, o que permite uma melhor distribuição de renda ao longo do ano e reduz a concentração de trabalho e custos em um único período.
De acordo com Deny Sanábio, coordenador técnico de Fruticultura da Emater-MG, a diversificação das safras é fundamental para a sustentabilidade econômica do produtor rural. A maior parte do caqui produzido no Brasil é consumida in natura, mas a fruta também é utilizada na fabricação de vinagre e passa, produtos apreciados especialmente pela comunidade de descendentes de japoneses.
Ações de capacitação e cooperativismo fortalecem o setor
Recentemente, a Emater-MG e a Cooperativa Agrícola do Sul de Minas (Casm) promoveram um dia de campo em Turvolândia. O evento reuniu cerca de 100 participantes entre produtores, compradores e representantes do setor agropecuário. E teve como objetivo promover a troca de experiências e o aprimoramento técnico dos produtores locais. Sempre reforçando a importância do planejamento e da gestão eficiente na fruticultura.
O gerente da Casm, Marcelo Batista, destaca o papel do cooperativismo na expansão da atividade, agregando valor à produção, facilitando o acesso a mercados e reduzindo custos operacionais. Atualmente, o preço do caqui comercializado no município gira em torno de R$ 2,00 por quilo.
Turvolândia exporta frutas e consolida polo de fruticultura
A produção de frutas de Turvolândia abastece mercados em São Paulo, Belo Horizonte, Espírito Santo, estados do Nordeste e até o exterior, como a atemóia exportada para o Canadá. Uma planta adulta de caqui, em pomares bem manejados, pode render de 100 a 150 kg de frutos por ano. A colheita ocorre quando os frutos perdem a coloração verde e adquirem tonalidade amarelo-avermelhada, indicando o ponto ideal de consumo.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Preços da soja caem com maior oferta na América do Sul
+ Agro em Campo: Pará firma parceria com empresas para impulsionar pecuária sustentável