A atemoia, fruta híbrida resultante do cruzamento entre a cherimoia e a fruta-do-conde, está em plena safra e ganhando cada vez mais espaço no mercado nacional. Com seu formato de coração, polpa cremosa e sabor equilibrado entre doce e cítrico, a fruta se destaca tanto para consumo in natura quanto para preparações como sucos, sorvetes e sobremesas.
Originária dos Estados Unidos em 1908, a atemoia chegou ao Brasil na década de 1950, inicialmente cultivada em São Bento do Sapucaí e Caçapava (SP). Hoje, o país se consolida como um dos principais produtores mundiais, com São Paulo e Minas Gerais respondendo por mais de 90% da produção nacional, segundo dados do IBGE (2017).
Além do sabor agradável, a atemoia é rica em fibras, vitaminas do complexo B e antioxidantes, contribuindo para a digestão e o fortalecimento do sistema imunológico. A Cooperativa Agroindustrial APCC, de Pilar do Sul (SP), revela que 60% da produção é exportada. Mas a demanda interna vem crescendo, podendo inverter essa proporção nos próximos anos.
Desafios no cultivo: o combate à antracnose
Apesar do sucesso, os produtores enfrentam um grande desafio: a antracnose, doença causada pelo fungo Colletotrichum theobromicola, que ataca ramos e frutos, reduzindo a produtividade. O problema foi identificado há oito anos em Caçapava (SP). E desde então, CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e Instituto Biológico trabalham em conjunto com agricultores para desenvolver estratégias de controle.
Uma das soluções em teste é o uso de bioinsumos, como bactérias do gênero Bacillus, que podem reduzir a dependência de defensivos químicos. “A combinação balanceada entre produtos biológicos e químicos é a melhor estratégia para o manejo sustentável da doença”, explica Ricardo Harakava, pesquisador do Instituto Biológico.
Atemoia TEC: tecnologia e cooperação no campo
Com o objetivo de compartilhar conhecimento e soluções, a equipe organizadora criou o Atemoia TEC, evento anual que reúne produtores, pesquisadores e consultores. A última edição, em março de 2025, em Capão Bonito (SP), atraiu mais de 250 participantes de 28 cidades. Incluindo representantes de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. A próxima edição será em Holambra II (SP), em 2026.
Com colheita até outubro, a atemoia segue como uma aposta promissora para a fruticultura brasileira, unindo sabor, nutrição e oportunidades de negócio.
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