Nos últimos tempos, casos de gripe aviária têm sido registrados no Brasil, inclusive em pequenas criações e granjas de subsistência. Essa doença é causada por um vírus altamente contagioso. E pode dizimar plantéis de galinhas, patos, perus e outras aves, trazendo prejuízos econômicos e riscos à saúde animal. Se você tem uma criação doméstica, é fundamental adotar medidas de prevenção para evitar que o vírus se espalhe entre seus animais.
O controle rigoroso do acesso de pessoas e animais ao local onde criam as aves figura entre as primeiras recomendações. É importante evitar visitas, sobretudo quando a pessoa teve contato recente com outras granjas ou aves silvestres. Da mesma forma, é importante manter cães, gatos e outros animais domésticos afastados do galinheiro, pois eles podem carregar o vírus indiretamente, mesmo sem adoecer.
Outro ponto crítico é evitar qualquer contato entre suas aves e animais selvagens, como pássaros migratórios, que são os principais transmissores da gripe aviária. Manter o galinheiro telado ou coberto é uma das melhores formas de impedir que aves infectadas tenham acesso ao local. Além disso, é essencial não deixar comida e água expostas, já que isso pode atrair animais silvestres. Sempre que possível, mantenha os comedouros e bebedouros em áreas protegidas.
A higiene também desempenha um papel fundamental na prevenção. Lavar as mãos antes e depois de lidar com as aves, desinfetar regularmente os equipamentos usados no manejo e manter as instalações limpas são práticas que reduzem muito o risco de contaminação. Se possível, use roupas e calçados específicos para entrar no galinheiro, evitando levar sujeira ou vírus de outros locais.
Alimentação das aves
A alimentação das aves merece atenção especial. Nunca ofereça restos de comida crua, especialmente ovos ou carnes de origem desconhecida, pois eles podem estar contaminados. Os produtores devem oferecer água limpa e, de preferência, tratada, evitando usar fontes que aves silvestres possam ter acessado, como riachos ou poças.
Monitorar a saúde do plantel diariamente é outra medida crucial. Sintomas como mortalidade repentina, penas arrepiadas, coriza, diarreia e queda na produção de ovos podem indicar a presença da doença. Se notar qualquer sinal suspeito, isole as aves doentes imediatamente e entre em contato com o serviço veterinário oficial da sua região, como a defesa agropecuária estadual ou o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Não tente tratar os animais por conta própria, pois a gripe aviária exige medidas específicas de controle.
Por fim, ao adquirir novas aves, prefira sempre fornecedores confiáveis e certificados. Nunca introduza animais de origem desconhecida no seu plantel sem antes mantê-los em quarentena por pelo menos 30 dias. Se houver surtos da doença na sua região, evite ao máximo o transporte de aves e ovos, seguindo rigorosamente as orientações das autoridades sanitárias.
Grande São Paulo registra primeiro caso de Influenza Aviária em criação de subsistência
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Defesa Agropecuária, confirmou o primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma criação de subsistência na região de Parelheiros, na Grande São Paulo. O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) analisou as amostras e identificou o caso, confirmando a presença do vírus em duas galinhas de uma propriedade particular.
No sábado, 12 de julho, equipes da Defesa Agropecuária realizaram o sacrifício sanitário das 10 aves restantes que conviviam com as infectadas, além do descarte apropriado dos animais e desinfecção completa do local. “A atuação contou ainda com descarte apropriado das aves e desinfecção do local”, explicou Paulo Blandino, médico-veterinário e gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA).
A Defesa Agropecuária afirmou que não existem estabelecimentos avícolas comerciais nas proximidades do foco. E que, a partir de hoje (14), vai intensificar a vigilância ativa em propriedades vizinhas, num raio de 10 km, para identificar possíveis novos casos de Influenza Aviária.
Apesar do registro em uma criação de subsistência, o status sanitário de São Paulo e do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) permanece inalterado. As autoridades reforçam que não há risco para a população e que o consumo de carne de aves e ovos segue seguro.
Novo foco em ave ornamental de Sorocaba
Além do caso em Parelheiros, a Defesa Agropecuária confirmou, também na sexta-feira (11), um foco positivo de IAAP em um peru ornamental. Ele está localizado em um condomínio de Sorocaba, onde vivem cerca de 200 aves. As equipes realizaram o abate sanitário dos animais que tiveram contato com a ave infectada e, nesta segunda-feira (14), retornam ao local para dar continuidade às ações de vigilância.
Como medida preventiva, a Secretaria Municipal de Saúde de Sorocaba realizou uma campanha de orientação junto aos moradores do condomínio. Com alerta para sinais clínicos da doença em aves, como tremores, dificuldade respiratória, coriza nasal, espirros, asas caídas, torção de pescoço, incoordenação motora e andar em círculos.
A gripe aviária representa uma ameaça real, mas cuidados básicos de biossegurança ajudam a proteger a criação doméstica e a evitar prejuízos maiores. Assim, a prevenção é a melhor estratégia para manter suas aves saudáveis e garantir a segurança alimentar da sua família. Fique atento, adote boas práticas e, em caso de dúvidas, consulte sempre um profissional especializado.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Brasil lidera transição energética com foco em bioenergia
+ Agro em Campo: 95 toneladas de mel estão paradas em porto após tarifas dos EUA