A escalada da guerra entre Israel e Irã já provoca impactos econômicos. O Brasil, como parte do mercado global, sente os efeitos. Ou seja, o risco de um confronto direto entre um país com armas nucleares, como Israel, e outro em busca delas, como o Irã, cresce a cada dia. Contudo, os efeitos vão além da esfera militar. A tensão no Oriente Médio gera incerteza nos mercados e pressiona os preços.
Estreito de Ormuz pode ser fechado
O Irã ocupa uma posição estratégica no Golfo Pérsico. O país controla o Estreito de Ormuz, fundamental para o comércio global. Em resumo, por essa rota passam combustíveis fósseis e produtos importados pela Arábia Saudita. O país mantém relação próxima com os Estados Unidos, mas rivaliza com o Irã.
Exportadores brasileiros também dependem da região. A Arábia Saudita e os Emirados Árabes são grandes compradores de carne bovina do Brasil. Além disso, cerca de 25% do petróleo mundial cruza o Estreito de Ormuz. Isso inclui petróleo do Irã e de países como Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Emirados.
Após ataques israelenses, o governo iraniano ameaçou fechar o estreito. A agência IRA Novosti divulgou a informação nesta sexta-feira (14). Apenas a possibilidade já trouxe impactos. A Frontline, uma das maiores petroleiras do mundo, anunciou que vai evitar a rota de Ormuz.
Petróleo dispara e pressiona economia
Mesmo sem bloqueio total, a crise já afeta os preços. O petróleo subiu 7,26% apenas na sexta-feira (13). Desde 10 de junho, quando surgiram os primeiros rumores de ataque, a alta acumulada chegou a 12,3%. A tendência é de novas elevações.
Israel atacou quatro alvos estratégicos no Irã. Foram bombardeadas refinarias em Shahran, South Pars e Fajr Jam, além de um porto de gás natural.
Devido a sanções do Ocidente, o Irã vende petróleo principalmente à China. Por isso, o impacto direto sobre o Ocidente é limitado. Entretanto, como o petróleo é uma commodity, a oferta menor eleva os preços. A China buscará novos fornecedores, aumentando a disputa global.
O Irã possui a quarta maior reserva mundial de petróleo. Portanto, fica atrás apenas de Venezuela, Arábia Saudita e Canadá.
Preços devem subir no Brasil
Com o petróleo mais caro, os reflexos chegam rápido. O impacto direto será sentido nos postos de combustíveis. Além disso, produtos importados ou fabricados com peças externas também vão encarecer. O transporte rodoviário, essencial para abastecer os supermercados, também deve ficar mais caro. Isso pressionará os preços ao consumidor.
Dólar sobe em meio à instabilidade
O avanço da guerra aumenta a volatilidade no mercado internacional. O temor de uma escalada envolvendo potências como os EUA preocupa investidores. Nesses momentos, o mercado busca segurança no dólar. A moeda americana tende a se valorizar, pressionando o real. Ao mesmo tempo, com o dólar mais caro, as importações ficam mais pesadas. Commodities e seus derivados também sobem de preço no Brasil.
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