A macaúba, uma palmeira nativa do Brasil, se destaca como uma importante oleaginosa com grande potencial para a bioeconomia. Em 2024, a cultura da macaúba ganhou relevância significativa, especialmente como fonte de óleo para a produção de biodiesel, combustíveis de aviação e diesel renovável. Apesar de seu potencial, ainda existem áreas limitadas plantadas com a espécie.
Atualmente, o cultivo da macaúba está em expansão, com investimentos significativos sendo direcionados para o desenvolvimento dessa cultura. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 257,9 milhões para a Acelen Renováveis, empresa de energia criada pelo fundo Mubadala Capital, que visa implantar um centro de inovação tecnológica focado na domesticação e cultivo da macaúba em terras degradadas. Este projeto é parte de uma iniciativa maior que busca aumentar a produção de diesel renovável e combustível sustentável de aviação (SAF) no Brasil.
Com um investimento total estimado em US$ 2,7 bilhões, o projeto da Acelen prevê a produção de 20 mil barris por dia de combustíveis renováveis e a captura de quase 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente até 2027. Além disso, a estratégia inclui o cultivo de 180 mil hectares em Minas Gerais e na Bahia, com 20% da produção destinada à agricultura familiar, beneficiando mais de dez mil famílias.
Projeções para o futuro
A macaúba é considerada uma alternativa promissora ao cultivo tradicional, como a soja. Segundo especialistas, a planta é até dez vezes mais produtiva por hectare em comparação à soja e apresenta uma adaptabilidade notável às condições climáticas brasileiras. Essa característica torna a macaúba uma opção viável para recuperação de áreas degradadas sem desmatamento.
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As expectativas são altas para o crescimento do cultivo da macaúba nos próximos anos. A Acelen planeja expandir suas operações e desenvolver até cinco polos de produção no Brasil, aumentando assim a oferta e contribuindo para a segurança energética do país.
Sustentabilidade e inovação
Além do potencial econômico, o cultivo da macaúba está alinhado com práticas sustentáveis. O uso da planta em sistemas agroflorestais permite integrar culturas agrícolas e promover a biodiversidade. Essa abordagem não apenas melhora a produtividade, mas também ajuda na recuperação ambiental das áreas onde é cultivada.
A macaúba se estabelece como uma oleaginosa estratégica para o Brasil, com potencial para impulsionar a bioeconomia e contribuir para um futuro mais sustentável. Com investimentos robustos e uma crescente conscientização sobre suas vantagens econômicas e ambientais, espera-se que essa planta nativa ganhe cada vez mais espaço nas prateleiras do mercado nacional e internacional. O futuro é promissor para a macaúba e seu papel na transição energética do Brasil.