A Corteva Agriscience lançou um novo programa para impulsionar a produtividade de milho em Mato Grosso do Sul. A iniciativa conta com apoio da FAMASUL e da Aprosoja/MS. O Estado é o quarto maior produtor de milho, com 10% da produção brasileira. O Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial.
Seleção de propriedades
O programa selecionará propriedades para servirem como áreas modelo. A FAMASUL e a Aprosoja/MS vão priorizar produtores médios e grandes com perfil inovador. A Corteva será responsável pela transferência tecnológica. A empresa vai instalar áreas demonstrativas e oferecer assistência com conhecimento agronômico. “A produtividade do milho estagnou no Estado nos últimos anos”, explicou Anelcindo Souza, diretor de Marketing de Sementes da Corteva.
Estresse hídrico x produtividade
Na safrinha 2023/24, o estresse hídrico reduziu drasticamente os resultados. A seca atingiu mais de 90% dos municípios sul-mato-grossenses. A Corteva pesquisa e desenvolve sementes e defensivos. A empresa aposta em tecnologias e manejo para aumentar produtividade e rentabilidade. A companhia mantém uma estação satélite em Fátima do Sul. O local testa sementes adaptadas ao clima, solo, pragas e doenças da região.
Essas tecnologias farão parte do novo programa. A meta é ajudar o produtor a superar os desafios no campo com inovação e técnica. “Mobilizamos recursos e parceiros estratégicos em pouco tempo”, afirmou Augusto Moraes, diretor de Relações Institucionais da Corteva. Ele destacou que o pacote tecnológico será demonstrado em áreas-teste espalhadas pelo Estado. Equipes técnicas farão o acompanhamento direto. “O programa reforça nosso compromisso com inovação e produtividade”, completou Moraes. A iniciativa é uma resposta a demandas do setor.
Resultados no campo
Na prática, os resultados já aparecem. Na Fazenda Boa Vista, em Ponta Porã (MS), o manejo avançado trouxe ganhos expressivos. Os irmãos Ângelo e Mário Pignataro aplicam tecnologias da Corteva em 5 mil hectares. Eles usam sementes, químicos e biológicos.
Em 2023, a produtividade média foi de 125 sacas por hectare. A média estadual foi de 100 sacas no mesmo período. Na safrinha 2024, mesmo com a estiagem, a fazenda colheu 85 sacas por hectare. O volume ficou 27% acima da média estadual. A previsão para a atual safra é de 135 sacas por hectare. A média estadual estimada é de apenas 80 sacas. “Usamos o fixador foliar Utrisha™ N em metade da área”, disse Ângelo. “O biológico ajudou a planta a resistir ao estresse.” A experiência foi tão positiva que, em 2025, toda a área recebeu tratamento biológico. A estratégia foi combinada com defensivos químicos.
A estação de Fátima do Sul também desenvolve híbridos adaptados. Produtos como o P3310VYHR e o P3322PWU já mostram bons resultados. Esses híbridos oferecem alto potencial produtivo, precocidade e estabilidade. Também apresentam resistência a pragas, doenças e condições climáticas adversas. A estação testa ainda novos parentais gênicos. Eles servirão de base para futuros lançamentos adaptados ao ambiente regional.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Sobrevivente do fogo, onça-pintada vira mãe no Pantanal
+ Agro em Campo: ApexBrasil e Cecafé fortalecem exportação de cafés do Brasil