A lista de países que suspenderam as importações de carne de frango brasileira cresceu. A Coreia do Sul aderiu ao embargo após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.
No domingo, a China também oficializou o bloqueio a 51 frigoríficos brasileiros. Esses estabelecimentos estavam habilitados para exportar carne de frango ao país asiático. Além de China e Coreia do Sul, outros quatro países e a União Europeia mantêm o embargo: Chile, Argentina, Uruguai e México. A medida da China foi publicada pela Administração Geral de Alfândegas (GACC). O documento formaliza a suspensão temporária, válida por até 60 dias.
Oito frigoríficos do Rio Grande do Sul já estavam suspensos desde julho do ano passado. Na época, o motivo foi a detecção da doença de Newcastle.
O Japão, um dos principais mercados do Brasil, restringiu a compra apenas ao município de Montenegro, onde ocorreu o foco da gripe aviária. Os Emirados Árabes Unidos ainda não anunciaram restrições. Porém, o Ministério da Agricultura e a indústria avícola esperam que o país suspenda as compras na zona afetada, dentro de um raio de 10 quilômetros. As Filipinas devem seguir o mesmo protocolo. Já a Arábia Saudita pode ampliar o embargo para todo o território do Rio Grande do Sul.
Certificação suspensa em todo o país
Neste domingo, o Ministério da Agricultura anunciou que suspendeu a certificação sanitária para quatro mercados: China, União Europeia, Canadá e África do Sul.
Essa certificação atesta o status de país livre de gripe aviária. A medida atende aos acordos fitossanitários e orientações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Brasil aposta na retomada rápida
Apesar das restrições, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo negocia com os países importadores para restabelecer as exportações.
“Temos espaço para negociar. Se eliminarmos o foco e rastrearmos os animais, o fluxo pode se normalizar antes dos 60 dias”, disse Fávaro.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, também acredita em um desfecho rápido. “Cada país segue seus critérios sanitários. O Japão, por exemplo, limitou o bloqueio a Montenegro”, afirmou.
A OMSA recomenda restrições regionalizadas, com um raio de 10 quilômetros ao redor do foco. Fora dessas áreas, a produção é considerada segura.
Segundo especialistas, essa estratégia de contenção rápida dificulta a projeção de prejuízos imediatos ao setor.
Casos semelhantes não afetaram exportações dos EUA
Como exemplo, os Estados Unidos registraram episódios de gripe aviária em diversos estados no ano passado. Mesmo assim, exportaram 3,3 milhões de toneladas de carne de frango.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Gripe aviária: conheça a reação de cada estado
+ Agro em Campo: RS decreta estado de emergência em saúde animal