Os preços da tilápia caíram em junho em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A retração já era esperada pelo setor.
Em geral, o consumo de pescado costuma diminuir no inverno. Por isso, a demanda no mercado interno recuou. Com isso, as indústrias reduziram o ritmo de abate e as compras de tilápia. A queda foi puxada por varejistas, Ceasas e food service.
Exportação de tilápia
O volume exportado de tilápia também recuou em junho. Em resumo, foram embarcadas 1.288 toneladas, queda de 9,3% ante maio. Em relação a junho de 2024, a redução nas exportações foi de 9,7%, de acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea. Apesar das baixas mensais, o primeiro semestre foi positivo. O Brasil exportou 8.752 toneladas, alta de 40,2% frente a 2024.
Anuário da Peixe BR: produção de peixes de cultivo cresce mais de 9%
Em 2024, o Brasil produziu 968.745 toneladas de peixes de cultivo. O volume representa crescimento de 9,21% frente a 2023. O dado é da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), que destacou a resiliência do setor diante da instabilidade.
“A tilápia manteve o crescimento e puxou o avanço da atividade”, afirmou Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR. A produção de tilápia atingiu 662.230 toneladas em 2024. O número representa alta de 14,36% frente às 579.080 toneladas de 2023.
Mesmo com cotações instáveis, a espécie mais produzida do país sustentou o bom desempenho da piscicultura nacional. Já os peixes nativos tiveram nova queda na produção. A oferta somou 258.705 toneladas, retração de 1,81% frente a 2023.
Com menor produção, os preços pagos ao produtor subiram. A escassez afetou principalmente a região amazônica. As demais espécies cresceram 7,5% em 2024. Foram 47.810 toneladas, ante 44.470 toneladas no ano anterior. Francisco Medeiros avalia que a demanda nacional foi essencial. “O brasileiro aprendeu a consumir nossos peixes”, ressaltou. Ele destacou que os peixes nativos são parte da dieta no Norte, enquanto a tilápia domina o consumo no Centro-Sul. “O consumo consistente impulsiona a produção e garante estabilidade”, afirmou o executivo da Peixe BR.
A produção de peixes de cultivo em 2024 foi a maior da série histórica iniciada em 2015. O crescimento desde então chega a 51,8%. A pesquisa da Peixe BR reúne dados de governos estaduais, empresas do setor, entidades de classe e institutos de pesquisa.
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