A dessecação pré-colheita da soja tem se tornado um aliado indispensável para produtores que buscam eficiência no campo. Além de uniformizar a maturação dos grãos, a prática antecipa a colheita da oleaginosa, abre espaço para o plantio do milho safrinha dentro da janela ideal e reduz riscos climáticos. No entanto, especialistas alertam: o sucesso depende do estágio correto de aplicação e do acompanhamento de um agrônomo.
Quando e como fazer a dessecação?
De acordo com Lenisson Carvalho, gerente de marketing da Ourofino Agrociência, a técnica só deve ser adotada em três cenários:
- Presença de plantas daninhas na lavoura;
- Desuniformidade de maturação (plantas verdes e secas na mesma área);
- Antecipação da colheita para viabilizar a segunda safra.
O timing é crítico. A aplicação deve ocorrer entre os estágios R7.2 e R7.3 da soja, quando 75% das folhas e vagens estão amarelas e os grãos atingiram o máximo de matéria seca. “Aplicar antes do estágio R6+8 causa perdas de produtividade. Já a dessecação tardia reduz os benefícios para o milho safrinha”, explica Carvalho, citando estudos da Embrapa.
Benefícios para a safra e o solo
Além de ampliar a janela de plantio do milho, a dessecação pré-colheita traz vantagens como:
- Controle eficiente de plantas daninhas, que competem por nutrientes;
- Uniformidade na colheita, garantindo grãos de maior qualidade;
- Preparo do solo para a cultura subsequente, com redução de impurezas.
“Semear o milho no momento certo maximiza a produtividade e minimiza riscos de geadas ou seca. A dessecação é a ponte para isso”, destaca Carvalho.
Riscos e recomendações técnicas
A técnica exige monitoramento rigoroso: fatores como variedade da soja, clima e tipo de solo influenciam os resultados. Aplicações fora do estágio ideal podem reduzir a produtividade em até 10%, segundo a Embrapa.
Outro ponto crucial é a escolha de defensivos. Fungicidas e herbicidas devem ser selecionados conforme a necessidade da lavoura, sempre com orientação profissional. “O agrônomo define produtos, dosagens e períodos de carência. Erros aqui comprometem toda a safra”, alerta Carvalho.
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