Em um movimento estratégico para acelerar a transição energética no Brasil, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, visitou a fábrica da Toyota em Sorocaba (SP) para avaliar tecnologias limpas. E com destaque para a integração de biocombustíveis e eletrificação em veículos híbridos flex. A iniciativa reforça a colaboração entre as instituições em prol de soluções sustentáveis que aliam o etanol brasileiro a inovações automotivas de baixo carbono.
A comitiva da Embrapa, que incluiu a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, e a coordenadora da RenovaCalc, Marília Folegatti, conheceu detalhes da tecnologia híbrido-flex da Toyota, que combina etanol e eletricidade para reduzir emissões. Os veículos, que já são exportados para mercados globais, convertem energia cinética em eletricidade, potencializando a eficiência energética.
“O etanol é uma solução consolidada no Brasil. Mas seu potencial global é enorme quando integrado a sistemas híbridos”, destacaram técnicos da Toyota durante a visita. A montadora japonesa enfatizou que o uso do biocombustível em motores flex reduz em até 70% as emissões de CO₂ em comparação à gasolina. Alinhando-se às metas do RenovaBio, política nacional impulsionada pela Embrapa.
Embrapa destaca agropecuária como base da bioeconomia
Silvia Massruhá apresentou um panorama da evolução agroambiental brasileira, desde a Revolução Verde até o atual status de potência em bioeconomia. “Estamos focados em uma agricultura multifuncional, resiliente e regenerativa, com investimentos em biofertilizantes, biocombustíveis e rotas tecnológicas inovadoras”, afirmou.
A presidente destacou ainda o papel da Embrapa na estruturação de políticas públicas, como o RenovaBio e a Lei do Combustível do Futuro, que inclui programas como o Diesel Verde (PNDV) e o Biometano. “A transição energética exige parcerias entre setores, e a indústria automotiva é um ator chave”, reforçou.
Biometano e hidrogênio: novas fronteiras
Paula Packer ressaltou que a visita buscou entender como a Toyota está ampliando suas estratégias de descarbonização além da produção de veículos. “Avaliamos desde colaborações em pesquisas com sorgo para biocombustíveis até tecnologias emergentes, como células a hidrogênio e biometano”, explicou.
Ela destacou a importância da RenovaCalc, ferramenta desenvolvida pela Embrapa para calcular a intensidade de carbono de biocombustíveis, e convidou grandes empresas a integrarem o AgNest, hub de inovação da Embrapa. “O AgNest pode acelerar o desenvolvimento de novas rotas tecnológicas, reunindo startups, pesquisadores e indústrias”, afirmou.
Apesar dos avanços, os desafios para escalonar biocombustíveis alternativos, como o biometano, ainda são complexos. Packer enfatizou a necessidade de métricas claras e investimentos em pesquisa. “A descarbonização do transporte depende não apenas de tecnologia, mas de uma governança colaborativa”, concluiu.
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