A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) orienta os agricultores do Oeste Catarinense a anteciparem a semeadura do trigo entre 11 de maio e 17 de junho para otimizar a produção do cereal. Pesquisa realizada em Chapecó, em parceria com a CooperAlfa, mostrou que o plantio antecipado permite colher mais cedo. Além de evitar a sobreposição com o plantio da soja, que ocorre na sequência. E também aproveita condições climáticas mais favoráveis para o desenvolvimento da lavoura.
Segundo o pesquisador da Epagri, Sydney Kavalco, essa prática melhora a eficiência agrícola e incentiva o cultivo de cereais de inverno, evitando que as terras fiquem em pousio. A antecipação também reduz o risco de geadas e garante melhor desenvolvimento das plantas, podendo resultar em produtividade superior a 4 toneladas por hectare, especialmente quando se utilizam cultivares de ciclo precoce ou médio, como TBIO Ponteiro, TBIO Motriz e BRS 374, adaptados às condições climáticas da região.
Sustentabilidade e apoio técnico
A recomendação da Epagri possibilita o cultivo com cobertura de seguro agrícola e está alinhada ao zoneamento oficial do Ministério da Agricultura, contribuindo para a sustentabilidade por meio da melhora da qualidade do solo e da rotação de culturas. Os resultados da pesquisa estão detalhados no Boletim Técnico nº 224, disponível para download gratuito.

A Epagri, em parceria com cooperativas locais, tem promovido a semeadura antecipada por meio de palestras, dias de campo e visitas técnicas. E auxiliando os produtores a escolherem os cultivares mais adequados para o período, o que tem impacto direto na produtividade.
Expansão do trigo em Santa Catarina
Apesar do potencial, Santa Catarina representa apenas 4% da produção nacional de trigo, principalmente devido à sobreposição do cultivo com a semeadura da soja. Nos últimos quatro anos, a área plantada no estado mais que dobrou. Passando de 58 mil hectares na safra 2020/21 para 123 mil hectares em 2024/25. As orientações técnicas da Epagri têm sido fundamentais para essa expansão.
O Governo do Estado, por meio do Programa Terra Boa e da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), executa o Projeto Cultivo de Cereais de Inverno, que visa suprir o déficit de milho para ração animal. Lançado em abril de 2025, o projeto oferece subvenção de até 10 hectares por agricultor. Com investimento previsto de R$ 4,1 milhões para incentivar o cultivo de cereais de inverno em até 10 mil hectares. Portanto, ampliando a produção regional e fortalecendo a agricultura local.
Os produtores interessados podem formalizar parcerias com cooperativas ou casas agropecuárias credenciadas, comprometendo-se a seguir as orientações técnicas e entregar a produção para a fabricação de ração animal, garantindo suporte técnico e financeiro para o cultivo.
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