A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) deu início a um projeto inédito para identificar e analisar diferentes cultivares de mandioca. E com isso, aprimorar técnicas de cultivo, processamento e armazenamento. Com mais de 4 mil variedades conhecidas, a mandioca é um dos alimentos mais versáteis e adaptáveis do Brasil. E presente tanto na alimentação humana quanto na agroindústria.
A pesquisa, liderada pela cientista Raquel Sobral, tem como foco principal variedades biofortificadas cultivadas no semiárido mineiro. O objetivo é determinar os melhores métodos de processamento, avaliar o tempo de cozimento ideal e testar diferentes embalagens para preservar a qualidade pós-colheita. Além disso, a médio prazo, o projeto prevê a criação de um banco de distribuição de manivas. E assim, fortalecera cadeia produtiva e apoiando agricultores da região.
Mandioca brava x mandioca mansa: diferenças e cuidados
A mandioca é dividida em dois tipos principais: a mandioca de mesa (aipim ou macaxeira) e a mandioca brava (de indústria). Enquanto a primeira pode ser consumida cozida ou frita, a segunda contém altos níveis de compostos cianogênicos, como a linamarina, que liberam cianeto — uma substância tóxica. Por isso, a mandioca brava exige processamento industrial antes do consumo. Sendo utilizada principalmente na produção de farinha, polvilho, fécula e tucupi, ingrediente tradicional da culinária nortista.
Segundo Raquel Sobral, a diferenciação visual entre as duas é quase impossível, cabendo aos produtores e órgãos fiscalizadores garantir a identificação correta. “Quando vendida embalada ou processada, a mandioca deve estar claramente rotulada. E assim, indicando se é própria para consumo direto ou apenas para uso industrial”, ressalta a pesquisadora.
Tempo de cozimento e impacto no consumo
Outro aspecto crucial do estudo é a análise do tempo de cozimento, fator determinante para a aceitação do produto pelo consumidor e para o planejamento da colheita. Variedades com cozimento mais rápido tendem a ser mais valorizadas no mercado, especialmente para uso doméstico.
Com forte ligação com a agricultura familiar, a mandioca é um alimento fundamental na dieta brasileira, seja in natura ou em derivados como farinhas e polvilhos. O projeto da Epamig busca não apenas ampliar o conhecimento científico sobre as diferentes cultivares. Mas também desenvolver tecnologias que garantam maior segurança e eficiência no cultivo e processamento dessa raiz tão essencial para a economia e a cultura do país.
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