O painel político que encerrou o terceiro dia do 10º Coffee Dinner & Summit trouxe reflexões sobre o futuro do agronegócio brasileiro. Representando o Espírito Santo, o secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli, reforçou o protagonismo capixaba na cafeicultura e detalhou os avanços estruturais e produtivos do setor no estado.
“O Espírito Santo é o estado em que a cafeicultura é proporcionalmente mais relevante. Minas Gerais, é verdade, o maior produtor do Brasil com cerca de 50% da safra. Mas lá, 20% das propriedades produzem café. No Espírito Santo, quase 70%”, enfatizou.
Segundo ele, o estado é o único a produzir, em escala, as duas espécies de café comercializadas e consumidas no mundo: arábica e conilon. “Nós temos uma cafeicultura muito completa e muito determinante na formação de renda no rural”, afirmou. Nacionalmente, o Espírito Santo é responsável por cerca de 75% da produção de conilon e ocupa a terceira posição na produção de arábica.
Além da produtividade e rentabilidade, ele ressaltou que a sustentabilidade se tornou fator decisivo para a permanência dos cafeicultores no mercado global. “O mundo, além da qualidade, exige produtos que tenham os aspectos de sustentabilidade em todos os elos de uma cadeia produtiva”.
Ao falar sobre a produção de cafés especiais, o secretário destacou que o Espírito Santo tem três ambientes geográficos diferentes de arábica: Montanhas Capixaba, Caparaó e Noroeste Alto Capixaba, além do conilon. “Nós temos cafés para oferecer à população para todos os gostos. […] Saímos daquele período de outrora, daqueles cafés ruins, que a gente tinha que colocar açúcar para corrigir defeito. Hoje não, os cafés bons já têm seus açúcares naturais. Os cafés estão muito bons.”
Avanços logísticos
No campo da infraestrutura, o Espírito Santo vem se consolidando como uma das principais apostas logísticas do Brasil, com novos investimentos que envolvem a construção e ampliação de portos. Conforme o próprio secretário esclareceu, parceria entre o setor público e privado tem proporcionado melhorias, previstas na região norte do estado.
“Três portos, com aeroporto. Ou seja, investimentos privados. Com o Governo do Estado investindo em infraestrutura de ferrovias, vias. E o setor privado, investindo em porto”.
A operação de um novo porto privado está prevista para o segundo semestre de 2026.
“Está previsto para o segundo semestre do ano que vem a operação de um grande porto privado, resolvendo o problema logístico que os capixabas e o Brasil têm, criando novas alternativas de carga”, salientou Bergoli.
Sobre o assunto, o secretário disse que o estado faz o dever de casa. “O Espírito Santo é um estado de pequenas dimensões territoriais, mas é um grande produtor e exportador no agronegócio e outras atividades. […] A gente precisa estar preparado”.