O Governo do Paraná declarou situação de emergência em todo o estado devido ao período prolongado de estiagem. Apesar das chuvas registradas em algumas regiões entre os dias 21 e 22 de maio, o volume permanece abaixo da média, e os reservatórios continuam em queda. Essa situação já afeta o abastecimento de água e a produção agrícola, principalmente nas regiões Centro, Sudoeste e Oeste do Paraná.
Para ampliar a capacidade de resposta e prevenir impactos mais graves, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou, em 22 de maio, o Decreto 10.047/2025, que oficializa a situação de emergência em todo o território paranaense. O decreto mobiliza todos os órgãos estaduais, sob coordenação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, para atuar em ações de resposta, reabilitação e reconstrução das áreas afetadas. Com essa medida, o governo agiliza processos emergenciais, incluindo a dispensa de licitação para contratação de bens, serviços e obras em até 180 dias.
O coronel Fernando Schünig, coordenador estadual da Defesa Civil, destaca que o decreto tem caráter preventivo e permite que os municípios adotem medidas rápidas para minimizar os efeitos da estiagem. Ele alerta que os níveis dos reservatórios permanecem baixos e que as previsões indicam poucas chuvas até setembro ou outubro. O decreto facilita o acesso a benefícios como financiamentos de safra, liberação do FGTS e fornecimento de equipamentos para agricultores e população urbana.
Monitoração constante
A estiagem no Paraná já vem sendo monitorada desde o final de 2024. O Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com o Simepar, apontou em abril deste ano o aumento da seca moderada nas regiões Sudoeste e extremo Oeste. A situação se agravou com a persistência de chuvas abaixo da média, especialmente em cidades como Pato Branco, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão.
O meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, explica que o Paraná enfrenta uma irregularidade nas chuvas desde o verão. Ele observa que o comportamento típico da estação, com massas de ar quente e úmido, não se confirmou. Segundo Kneib, não há influência de fenômenos de grande escala, como La Niña, mas sim de fatores locais que contribuem para a seca. Ele prevê que maio terminará com chuvas abaixo da média histórica e que os próximos três meses devem seguir sem precipitações significativas.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) monitora continuamente os mananciais e reforça o apelo para o uso racional da água. O diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Cesar Gonchorosky, informa que os níveis dos reservatórios vêm caindo desde fevereiro, quando estavam em sua capacidade máxima. Atualmente, os reservatórios estão com 91%. Mas a tendência é de queda para menos de 80% até setembro, devido ao clima mais seco do outono e inverno.
Investimentos
A Sanepar já investiu R$ 2,5 bilhões em infraestrutura para garantir o abastecimento, mas alerta que a colaboração da população é fundamental. A empresa recomenda priorizar o uso da água tratada para alimentação e higiene pessoal. Entre as dicas para economizar água estão:
- reduzir o tempo de banho
- fechar a torneira ao escovar os dentes ou lavar a louça
- reutilizar água da chuva para regar plantas e lavar calçadas
- tratar adequadamente a água de piscinas
- consertar vazamentos imediatamente.
O decreto estadual serve como alerta para toda a população sobre a necessidade de economizar água e adotar práticas sustentáveis durante a crise hídrica no Paraná.</p>
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