O frio intenso impacta a produção da cadeia da floricultura em São Paulo. O setor, responsável por movimentar mais de R$ 8,4 bilhões por ano, gera 130 mil empregos diretos, segundo o Cepea.
Impacto do frio
As temperaturas baixas atrasam o crescimento e a floração das plantas. Ou seja, o resultado é a queda na qualidade das flores e a perda de produtividade. Para enfrentar o frio, os produtores usam estufas com controle de temperatura, umidade e iluminação. A tecnologia permite manter o cultivo mesmo em dias gelados.
“As estufas criam um microclima estável, essencial para o crescimento das plantas no inverno”, explicou Bruno Rossafa, consultor do Grupo Nortène. Segundo Rossafa, o controle do ambiente reduz pragas e doenças. Além disso, garante a continuidade das atividades econômicas no campo. “A produção continua o ano todo. Isso reduz perdas e aumenta a lucratividade do produtor”, destacou.
Ambientes protegidos
O Estado de São Paulo é referência no uso de ambientes protegidos. Já produtores sem essa estrutura enfrentam prejuízos durante o frio. No sul de Minas Gerais, a geada queimou parte da plantação de Joel Pimentel, em Munhoz. Ele cultiva alstroemérias, lírios, boca-de-leão, girassóis e hortênsias. “Tivemos perda de 30% da produção. O prejuízo foi de R$ 30 mil. Isso vai afetar nossos clientes em São Paulo”, disse o produtor. O mês de julho tem menor demanda, mas a perda preocupa. “Ficamos angustiados com essa situação”, relatou Joel.
Crédito para instalação de estufas
Para apoiar a instalação de estufas, o governo paulista oferece linhas de crédito via FEAP. O programa atende pequenos e médios produtores. “O apoio do FEAP ajuda o agricultor a enfrentar o frio com segurança”, afirmou Felipe Alves, secretário executivo do fundo.
O crédito da linha Agricultura Sustentável permite financiamento de até R$ 250 mil. Os juros são de 3% ao ano, com até 84 meses para pagar. O prazo de carência pode chegar a 48 meses, conforme o ciclo produtivo. A CATI orienta os projetos e acompanha os produtores. “Com esse apoio, o produtor protege a lavoura, a renda e o abastecimento. Isso mostra o compromisso do Estado com o campo”, concluiu Felipe Alves.
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