Os produtores rurais de Santa Catarina enfrentam um desafio duplo em 2025: recuperar lavouras arrasadas por chuvas intensas, ventos fortes e granizos — que atingiram especialmente o norte do estado — e se preparar para eventos climáticos cada vez mais frequentes. De acordo com a Secretaria da Agricultura e Pecuária de SC, culturas como milho, feijão, banana e hortaliças foram as mais afetadas, com perdas que ameaçam a segurança alimentar e econômica de pequenos e médios agricultores.
“Após eventos climáticos severos, o primeiro passo é avaliar os estragos e identificar quais áreas ainda possuem potencial de recuperação. O manejo correto pode evitar perdas adicionais e garantir que a lavoura volte a expressar seu máximo potencial produtivo“, explica Julia Savieto, agrônoma e coordenadora técnica de mercado da Nitro, empresa especializada na produção de insumos agrícolas biológicos e de nutrição. Segundo ela, a utilização de bioestimulantes e fertilizantes de alta eficiência é fundamental nesse processo. “A aplicação de produtos ricos em aminoácidos e extratos vegetais, por exemplo, fortalece as plantas e melhora a absorção de nutrientes, ajudando na retomada do desenvolvimento“, acrescenta.
Medidas recomendadas por especialistas
- Aplicação de bioestimulantes: Produtos com aminoácidos e extratos vegetais fortalecem plantas e melhoram absorção de nutrientes.
- Monitoramento de doenças: Períodos de alta umidade aumentam riscos de fungos e bactérias. Fungicidas e biodefensivos são essenciais.
- Nutrição equilibrada: Reposição de nutrientes e uso de antioxidantes reduzem estresse oxidativo causado por secas ou calor extremo.
- Práticas conservacionistas: Investir em irrigação eficiente e estruturação do solo aumenta resiliência a futuros eventos.
Dados oficiais e riscos climáticos
Segundo Savieto, estresses hídricos e térmicos — comuns em culturas como soja e milho — geram radicais livres que degradam células vegetais. “A degradação acelera perdas, mas antioxidantes podem frear esse processo”, destaca. A especialista também alerta para a necessidade de revisão do planejamento agrícola, incluindo ferramentas de enraizamento e sistemas de alerta meteorológico.
Com a intensificação de eventos extremos, a adaptação tornou-se prioridade. “A agricultura exige resiliência. Com manejo correto e suporte técnico, é possível recuperar áreas e garantir ciclos sustentáveis”, reforça Savieto. A estruturação do solo e a diversificação de cultivos são apontadas como estratégias-chave para mitigar riscos.
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