As exportações de café no Sudeste Asiático apresentam sinais de recuperação, com a Indonésia superando as expectativas e o Vietnã mostrando avanço sazonal. No entanto, a volatilidade do mercado preocupa, especialmente em relação à produção brasileira e aos impactos nos preços.
Vietnã: embarques seguem sazonalidade, mas produção ainda preocupa
No Vietnã, as exportações de café seguiram o padrão sazonal, crescendo entre o final de 2024 e o início de 2025. O acumulado da safra entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025 atingiu 11,44 milhões de sacas. Apesar do aumento, o volume ainda está abaixo das 13,24 milhões de sacas do ciclo anterior, reflexo da menor produção e estoques reduzidos.
Indonésia: recuperação da safra impulsiona exportações
Na Indonésia, as exportações de café superaram a média histórica, impulsionadas pela recuperação da safra 2024/25 e pelos preços atrativos. Os embarques acumulados entre abril de 2024 e janeiro de 2025 somaram 6,49 milhões de sacas, acima das 5,41 milhões exportadas no mesmo período da temporada 2023/24. A expectativa é de um crescimento de 15% nos embarques totais para 2024/25, atingindo 7,9 milhões de sacas. A primeira estimativa para a safra 2025/26 da Indonésia é de 11,6 milhões de sacas, um avanço de 3,7% em relação à temporada 2024/25.
Apesar do bom desempenho no Sudeste asiático, os preços elevados do café podem reduzir o consumo e as exportações, mesmo que estes se mantenham dentro da média dos últimos anos.
Brasil: clima e demanda em foco
A volatilidade do mercado deve persistir devido às incertezas sobre a produção de arábica no Brasil. O contrato Maio/25 atingiu 410 c/lb na última semana, impactado pelo clima adverso e pela menor oferta brasileira. Apesar disso, os futuros recuaram com a previsão de chuvas e preocupações sobre o impacto dos altos preços na demanda, enquanto varejistas resistem a repassar os custos, dificultando as negociações em todo o mundo.
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