Pecuaristas de leite dos municípios de Santa Rita de Caldas, Caldas, Ipuiúna e Senador José Bento, no Sul de Minas Gerais, estão investindo em fertilização in vitro (FIV) para aprimorar geneticamente seus rebanhos. A iniciativa já beneficia mais de 30 produtores da região. E é resultado de uma parceria entre Emater-MG, Sebrae Minas e prefeituras locais, e tem impulsionado o aumento do rebanho e da produtividade leiteira.
A fertilização in vitro é uma biotecnologia de reprodução que coleta óvulos de vacas selecionadas e os fecunda em laboratório com sêmen de touros de alta qualidade genética. Em seguida, técnicos transferem os embriões resultantes para vacas receptoras, o que acelera o melhoramento genético do rebanho.
Segundo Rodrigo Beck Júnior, coordenador técnico regional de Pecuária da Emater-MG, a técnica é eficiente, mas exige alto investimento. Para facilitar o acesso dos pequenos produtores, o programa Sebraetec FIV, do Sebrae Minas, subsidia 70% do custo da transferência de embriões, enquanto o restante é pago pelo produtor. A Emater-MG atua na mobilização, orientação técnica e acompanhamento dos processos, desde a gestação até o nascimento dos bezerros.
Resultados práticos: mais produtividade e sustentabilidade
O produtor Eliton Ferreira Silva é um dos beneficiados pelo programa. Ele realizou o sonho de criar um rebanho girolando, predominantemente de animais meio-sangue, graças ao acesso facilitado à FIV. “O resultado foi excelente, aumentei muito a minha produção. Os animais são mais resistentes a doenças e mais férteis”, comemora. Atualmente, Eliton possui mais de 100 cabeças, sendo 57 provenientes da fertilização in vitro, e pretende continuar investindo na tecnologia para expandir sua produção de leite.
Entre as vantagens do melhoramento genético via FIV estão o rápido avanço do padrão racial e a valorização financeira do rebanho. Além da maior eficiência produtiva e menor impacto ambiental. “É possível aumentar a produção com menos animais, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, a necessidade de áreas para pastagem, o volume de dejetos e o consumo de água”, explica Rodrigo Beck.
Expansão do programa e impacto regional
De acordo com Ivan Figueiredo, analista técnico do Sebrae Minas, o programa Sebraetec FIV, iniciado em 2019, já atende tanto pecuaristas de leite quanto de corte. A expectativa é ampliar a iniciativa para outros municípios, como Jacutinga, São Pedro da União e Guaranésia. E assim, promover uma pecuária mais sustentável, competitiva e rentável em toda a região.
Para participar do programa, o produtor precisa apresentar documentos pessoais, inscrição de produtor rural e ter ao menos 10 animais aptos ao protocolo reprodutivo. E cadastrar-se no escritório local da Emater-MG.
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