A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná reuniu técnicos e lideranças do setor agropecuário para discutir estratégias de defesa da avicultura do estado diante da ameaça da gripe aviária, confirmada em uma granja no Rio Grande do Sul. O Paraná lidera a produção e exportação de carne de frango no Brasil, respondendo por quase 35% da produção e 42% das exportações nacionais.
O secretário Marcio Nunes convocou a reunião, que contou com a participação online do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O ministro destacou que alguns mercados importantes, como a China, suspenderam as importações brasileiras por 60 dias. No entanto, ele acredita que, por meio de negociações diplomáticas e comerciais, esse prazo pode ser reduzido e restringido à área próxima ao foco, já isolada em Montenegro (RS). A rastreabilidade dos pintainhos originados da região também está em andamento.
“Temos espaço para negociar. O foco dura cerca de 28 dias e, se eliminarmos o foco e rastrearmos os animais com transparência e eficiência, o fluxo comercial pode ser normalizado antes dos 60 dias”, afirmou Fávaro.
Transparência na comunicação
A transparência na comunicação e os cuidados rigorosos dos proprietários de granjas foram os temas centrais da reunião. O ministro reforçou que seguir os protocolos sanitários é essencial para superar rapidamente a crise e retomar as vendas normais.
O secretário Marcio Nunes ressaltou a responsabilidade dos donos das cerca de 20 mil granjas do Paraná em manter e reforçar as medidas de segurança. Entre elas, a manutenção das telas para impedir a entrada de animais silvestres e a restrição do acesso às pessoas estritamente necessárias, com desinfecção adequada de sapatos, roupas e veículos.
Além disso, os produtores devem comunicar imediatamente à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) qualquer alteração nos hábitos das aves, como mortalidade fora do padrão ou sintomas compatíveis com gripe aviária. Sintomas comuns incluem dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, diarreia e alta mortalidade.
“O Paraná não registra casos suspeitos ou em investigação, mas permanece em alerta constante”, afirmou o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins.
A Adapar intensificou a vigilância sanitária com análises por amostragem em mais de 300 propriedades rurais. Em casos suspeitos, o atendimento ocorre em menos de 12 horas. Técnicos também monitoram aves migratórias no litoral e promovem campanhas de conscientização sobre os cuidados necessários para manter a sanidade das aves.
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