Uma operação conjunta do Ibama e da Polícia Federal resultou na desarticulação de um criadouro ilegal de répteis em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A ação foi deflagrada após investigações baseadas em denúncias de comércio irregular de animais silvestres em redes sociais.
Durante a fiscalização, os agentes ambientais encontraram dez répteis mantidos em cativeiro sem autorização. Incluindo espécies exóticas como a píton-real (Python regius) e a cobra-do-milho (Pantherophis guttatus), além de um tigre-d’água (Trachemys dorbigni), espécie nativa do Brasil. As autoridades apreenderam os animais que viviam em condições inadequadas e os encaminharam ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas-MG). Agora, os veterinários avaliarão cada um antes de destiná-los a locais apropriados.
A polícia deteve o responsável pelo criadouro clandestino e aplicou multas que somam R$ 4,3 mil, com base na Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais). Os agentes o conduziram à Delegacia da Polícia Federal em Belo Horizonte. E poderá responder por tráfico de fauna silvestre, prática que movimenta um mercado ilegal de animais exóticos e nativos, muitas vezes destinados a colecionadores ou comércio irregular de pets.
Impacto ambiental e riscos do tráfico de animais
Além de representar um crime contra a biodiversidade, a criação e o comércio ilegal de animais silvestres expõem espécies a condições precárias, aumentando o risco de maus-tratos e disseminação de doenças. O Ibama alerta que a posse irregular de animais exóticos pode ainda desestabilizar ecossistemas caso esses espécimes sejam introduzidos na natureza.
“Operações como essa são fundamentais para coibir o tráfico de fauna e proteger espécies nativas e exóticas da exploração ilegal”, afirmou um representante do Ibama. A fiscalização reforça o compromisso do governo brasileiro no combate ao comércio clandestino de animais. Essa prática coloca em risco tanto a saúde pública quanto o equilíbrio ambiental.
O que diz a lei?
De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, a criação, venda ou transporte de animais silvestres sem autorização pode resultar em multas, prisão e apreensão dos espécimes. O Ibama reforça que apenas criadouros legalizados e autorizados podem manter animais exóticos ou nativos, desde que cumpram normas de bem-estar e conservação.
Para combater esse tipo de crime, o Ibama incentiva a população a denunciar atividades suspeitas por meio do Linha Verde (0800 61 8080). Ou pelo site oficial do órgão. A colaboração da sociedade é essencial para identificar e reprimir redes de tráfico de animais em todo o país.
Enquanto os répteis apreendidos em Minas Gerais aguardam destinação adequada, as autoridades reforçam a importância de conscientização sobre os riscos da posse ilegal de animais silvestres, prática que, além de criminosa, ameaça a sobrevivência de espécies e o equilíbrio da fauna brasileira.
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