O Instituto Biológico, vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), desempenha um papel crucial no controle biológico das lavouras brasileiras. Desde a sua parceria com a empresa japonesa Toyobo, iniciada há 20 anos, a instituição tem promovido o uso do fungo Metarhizium. Ele é usado para o controle da cigarrinha da cana, revolucionando o manejo de pragas no país.
Impacto da parceria com a Toyobo
Atualmente, mais de 70% dos produtos microbiológicos fabricados no Brasil utilizam cepas desenvolvidas pelo Instituto Biológico. A Toyobo, que enfrentou problemas de contaminação em seus cultivos de shimeji, encontrou no Instituto uma solução eficaz para o controle biológico. “Firmamos um convênio com o IB e iniciamos nossa atividade no controle biológico”, conta Minoru Takahashi, CEO da Toyobo.
Desde 2005, a empresa se concentrou na produção do fungo Metarhizium, que serve como base para diversos inseticidas. A cepa IBCB 425 cobre cerca de 2 milhões de hectares de cana-de-açúcar e aproximadamente 1 milhão de hectares no controle da cigarrinha das pastagens.
O Instituto Biológico e a Toyobo desenvolveram diversas cepas, aplicadas em mais de 10 milhões de hectares em todo o Brasil. “O impacto financeiro é significativo. Pois essas cepas são utilizadas em diferentes culturas, como soja, milho, citros e hortaliças”, explica José Eduardo Marcondes de Almeida, diretor da Unidade Laboratorial de Referência em Controle Biológico do IB.
A produção dessas cepas não apenas reduz os custos com inseticidas químicos importados. Mas também aumenta a segurança dos trabalhadores ao minimizar riscos de contaminação. A indústria de bioinseticidas está crescendo a uma taxa anual de 20%, criando novas oportunidades de emprego em diversos níveis.
O papel do Instituto Biológico
Com unidades em Salto e Americana, a Toyobo não só produz esporos para empresas comercializadoras de defensivos biológicos, mas também gera mais de 500 empregos. Desde sua fundação no Japão em 1882 e sua chegada ao Brasil em 1955, a empresa tem se diversificado para incluir a biotecnologia após iniciar sua parceria com o Instituto Biológico.
O uso das cepas desenvolvidas pelo Instituto Biológico é fundamental para promover uma agricultura mais sustentável e regenerativa. Com uma redução estimada de pelo menos 30% na aplicação de defensivos químicos, a expectativa é que esse número alcance 50% até 2050. Pesquisadores como José Eduardo Marcondes e Ricardo Harakava destacam que essa abordagem limpa e eficiente não apenas aumenta a produtividade. Mas também melhora a saúde do solo por meio do uso de biofertilizantes e bioestimulantes.
Portanto, a colaboração entre o Instituto Biológico e empresas como a Toyobo exemplifica como ciência e tecnologia podem transformar práticas agrícolas. Com um compromisso contínuo com a sustentabilidade e inovação, essas iniciativas estão moldando o futuro da agricultura brasileira, promovendo um manejo mais responsável das pragas e contribuindo para um ambiente mais saudável.
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