A transformação digital do agronegócio brasileiro ganha ritmo acelerado com a adoção de soluções baseadas em inteligência artificial (IA), apontando para ganhos expressivos de produtividade e sustentabilidade no campo. Segundo levantamento da Embrapa, o uso de IA pode elevar a produtividade agrícola em até 20%. Além de reduzir perdas causadas por pragas e eventos climáticos em até 30%.
Em 2024, o agronegócio representou 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, movimentando R$ 2,72 trilhões, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O cenário reforça a importância estratégica da inovação tecnológica para manter a competitividade e a sustentabilidade do setor.
Para Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, a inteligência artificial já se tornou indispensável no segmento. “A ferramenta permite que produtores acessem insights antes inimagináveis, antecipem problemas e ajustem estratégias em tempo real. Ao unir tecnologia e capacitação humana, é possível aumentar a eficiência, reduzir perdas e promover a sustentabilidade nas lavouras”, afirma o executivo.
Integração tecnológica
A aplicação da IA no campo abrange desde sensores e imagens aéreas para monitoramento do solo e das plantas, até algoritmos avançados que analisam dados climáticos, históricos de produção e tendências de mercado. Essa integração tecnológica permite previsões mais precisas de safra, otimização da irrigação, detecção precoce de doenças e ajustes logísticos alinhados ao consumo.
O potencial de crescimento é evidenciado pelas projeções globais: investimentos em IA para o agronegócio devem alcançar US$ 4,7 bilhões até 2028, segundo a consultoria Markets and Markets.
Apesar do avanço, desafios estruturais persistem. A baixa conectividade em áreas rurais e a escassez de profissionais qualificados para operar e interpretar ferramentas digitais ainda limitam a adoção plena da IA. Pesquisa da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) revela que apenas 32% das empresas do setor superaram o déficit de habilidades técnicas necessárias para operar soluções avançadas.
Gallafrio destaca que o futuro do agronegócio nacional depende da sinergia entre tecnologia, políticas públicas eficazes e investimento em capital humano. “A inteligência artificial no agronegócio é a chave para transformar desafios históricos em oportunidades. O futuro do setor passa pela capacidade de integrar tecnologia com conhecimento humano, gerando eficiência, sustentabilidade e competitividade para o Brasil no cenário global”, conclui.
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