O uso de drones tem revolucionado o trabalho de campo na ciência, especialmente em projetos ambientais e de planejamento territorial no Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (Lageamb) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Desde 2019, a tecnologia tornou-se indispensável para a equipe, acelerando levantamentos de dados e ampliando a precisão das análises.
Segundo Eduardo Vedor, coordenador-geral do Lageamb, “com esse tipo de equipamento, a gente consegue diminuir muito o tempo de levantamento de dados. Reduzir pra menos de uma semana um mapeamento que levaria um mês”. Os drones, ou Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), como define o geógrafo Carlos Wrobleski. “São a base de praticamente todos os projetos atualmente. Viabilizando desde o monitoramento ambiental e territorial até o georreferenciamento de imóveis rurais e análises de riscos climáticos”.
Aplicações avançadas e resultados práticos
O laboratório opera sensores de última geração, como termal e LiDAR, permitindo análises detalhadas da vegetação, superfície terrestre e volume de biomassa. “Basicamente, não tem nada tão tecnológico quanto essas ferramentas, e a gente as opera de fato, produzindo muita ciência a partir dessas duas aeronaves”, explica Wrobleski. Além disso, a equipe utiliza ortomosaicos e Modelos Digitais do Terreno (MDTs) para regularização fundiária e gestão de áreas federais, em parceria com órgãos como INCRA e SPU.
A doutora em Geografia Marianne Oliveira destaca: “Outra aplicação importante é no uso de ortomosaicos, que viabilizam um primeiro mapeamento detalhado em áreas de comunidades tradicionais, e Modelos Digitais do Terreno (MDTs), para extração de vértices no georreferenciamento de imóveis rurais, no Projeto TED/INCRA focado na regularização fundiária”.
Capacitação e inovação contínua
O laboratório investe na formação de pilotos e na experimentação de novas tecnologias. “A gente consegue ter vários pilotos, fazendo cursos para que as pessoas operem as aeronaves para tirar fotos, fazer algum tipo de relatório sobre suas próprias pesquisas. É uma operação muito mais simples, mas que traz um resultado absurdo”, ressalta Wrobleski.
A geógrafa e mestranda Laura Krama complementa: “Houve um avanço muito grande, tanto metodológico quanto de conhecimento sobre os equipamentos, desde 2019. Aquisição de novos drones, aprimoramento da metodologia, teste de diferentes equipamentos. E, com o trabalho integrado, atuando, por exemplo, junto com agrimensores e geógrafos, conseguimos maior precisão nos estudos”.
Drones como aliados do desenvolvimento sustentável
A adoção dos drones potencializa pesquisas, otimiza processos de análise e planejamento e amplia significativamente a capacidade de mapeamento e levantamento de dados. O Lageamb/UFPR demonstra que, longe de serem apenas instrumentos de lazer, os drones são ferramentas estratégicas para o desenvolvimento científico-social e para a construção de políticas públicas baseadas em dados de alta qualidade e confiabilidade.
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