O preço do leite longa vida (UHT) registrou alta de 18,83% em 2024, tornando-se destaque no grupo alimentação e bebidas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A seca prolongada no Centro-Sul do Brasil impactou a produção leiteira e elevou os preços do produto. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás, principais bacias leiteiras da região, enfrentaram redução na captação da matéria-prima devido ao comprometimento das pastagens.
Impactos para os pecuaristas
Apesar da alta nos preços ao consumidor, os pecuaristas tiveram resultados variados em 2024. O preço médio pago ao produtor subiu 2,4% em relação a 2023. Ou seja, com custos de produção estáveis, muitos criadores viram suas margens de lucro melhorar.
No entanto, a seca também trouxe desafios significativos para os produtores mais afetados. Em resumo, a estiagem reduziu a produtividade do rebanho e aumentou os custos com suplementação alimentar. Esses fatores impactaram negativamente a rentabilidade de alguns pecuaristas.
Expectativas para 2025
A cadeia produtiva do leite inicia 2025 com um cenário mais otimista. A previsão é de redução nas importações e de melhores condições climáticas, o que beneficia tanto laticínios quanto pecuaristas.
Nos últimos anos, o setor enfrentou desafios como aumento das compras de matéria-prima da Argentina e Uruguai e estiagens recorrentes. Além disso, agora, sem previsão de grandes problemas climáticos, espera-se um crescimento na produção nacional, o que pode levar à redução nos preços ao consumidor.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Turismo rural: conheça a capital da uva em São Paulo
+ Agro em Campo: Visconde de Mauá: aventuras e natureza na Serra da Mantiqueira
Inflação de alimentos em 2024
O setor de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela alta da inflação em 2024. Essa categoria subiu 7,69% no ano, impulsionada por itens como carnes, café, leite, óleos e frutas.
A inflação oficial, medida pelo IPCA, fechou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta para o ano, que era de 4,5%. A alimentação no domicílio teve alta de 8,23%, enquanto os alimentos consumidos fora de casa subiram 6,29%.
Entre os subgrupos de alimentos e bebidas consumidos em casa, apenas tubérculos, raízes e legumes apresentaram queda, com redução de 21,17%. Farinhas e massas permaneceram estáveis, enquanto os demais itens registraram aumento.
Perspectiva de alívio para o consumidor
Com um quadro climático mais favorável em 2025, especialistas preveem que a produção leiteira nacional aumentará. Portanto, essa tendência pode levar à estabilidade ou até mesmo à redução nos preços do leite ao longo do ano.