O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta quinta-feira (27) a Portaria nº 782, que suspende imediatamente a realização de eventos com aglomeração de aves e a criação de aves ao ar livre sem telas de proteção superior. A medida, válida por 180 dias (com possibilidade de prorrogação), visa mitigar o risco de ingresso e disseminação da gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) no país.
Medidas preventivas e exceções
A portaria proíbe exposições, torneios, feiras e outros eventos com aves em todo o território nacional. Exceções só serão permitidas se o Serviço Veterinário Estadual autorizar, após avaliação epidemiológica e apresentação de um plano de biosseguridade pelos organizadores. A criação de aves ao ar livre, incluindo espécies de produção, ornamentais e silvestres, também está suspensa em estabelecimentos registrados.
O Brasil mantém-se entre os poucos países sem ocorrência de gripe aviária em plantéis comerciais. Mas novos focos na América do Sul – incluindo surtos nos EUA – elevaram o alerta. No Paraná, maior produtor e exportador de frango do país, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) realiza operações de monitoramento no litoral, principal entrada de aves migratórias, em parceria com a UFPR.
“É uma realidade que acende um alerta de preocupação aqui no Paraná. Temos de reforçar as medidas de biosseguridade das nossas propriedades”, destaca Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar.
Impacto econômico e vigilância
O estado prorrogou o decreto de emergência zoossanitária por 180 dias, permitindo ações rápidas contra a doença. Em 2024, o Paraná abateu 2,2 bilhões de frangos (34,2% da produção nacional) e exportou 2,171 milhões de toneladas de carne, gerando US$ 4 bilhões.
O Japão aprovou recentemente a regionalização do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para influenza aviária, limitando restrições de exportação apenas a municípios com focos confirmados.
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