Minas Gerais deve colher 238,6 mil toneladas de tangerina ponkan em 2025, consolidando-se como o segundo maior produtor da fruta no Brasil, atrás apenas de São Paulo. A projeção foi divulgada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). E aponta crescimento de 3,1% em relação ao volume registrado em 2024. O pico da colheita ocorre entre maio e julho, período de maior movimentação nos pomares do estado.
O cultivo da tangerina ponkan, também conhecida como mexerica, ocupa uma área de 12,4 mil hectares em Minas Gerais e é dominado pela agricultura familiar. São 6.175 pequenos produtores responsáveis pela produção, que se beneficia do fácil manejo da planta e da alta produtividade por hectare, fatores que garantem boa rentabilidade aos agricultores.
Segundo Deny Sanábio, coordenador de fruticultura da Emater-MG, “a ponkan tem uma predominância da agricultura familiar por ser uma planta de fácil manejo, com uma produtividade alta por hectare. Isso traz um rendimento bom para os produtores”.
Principais polos produtores
Os três municípios mineiros com maior produção de tangerina ponkan são Belo Vale (região Central), Campanha (Sul de Minas) e Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte). Em Belo Vale, maior polo produtor do estado, a expectativa é colher 34,6 mil toneladas em 2025, numa área de 2,1 mil hectares dedicada à fruta.
A fruta se adapta melhor a regiões com temperaturas médias entre 20°C e 30°C, o que favorece áreas como o Sul de Minas, região Central, Zona da Mata e Campo das Vertentes. As temperaturas mais elevadas reduzem a expressão do cultivo no Norte e Nordeste do estado. Mas o uso de irrigação pode viabilizar a produção nessas regiões.
A tradição da produção de ponkan em Minas Gerais é passada de geração em geração. Produtores como Flávio Amaral Santos, de Belo Vale, mantêm a atividade na família desde a década de 1960. “É um plantio que vem passando de geração a geração. Tenho orgulho da nossa história”, relata. Mesmo com atraso na colheita este ano devido à baixa pluviosidade em fevereiro e março, a expectativa é de boa safra e vendas para diversos mercados do país. Isso inclui São Paulo, Belo Horizonte, Uberlândia, Maceió, Teresina, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Desafios sanitários: combate ao greening
A Emater-MG reforça a necessidade de cuidados para evitar o greening, doença bacteriana considerada a mais grave da citricultura. O greening provoca deformação dos frutos, maturação irregular, queda de produtividade e pode levar à morte das plantas. A principal forma de controle é a eliminação imediata das plantas contaminadas, controle do inseto transmissor (psilídeo), uso de mudas sadias e viveiros certificados. Além da erradicação de pomares antigos que possam servir de foco para a doença. Técnicos do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) devem acompanhar a eliminação de plantas doentes, conforme as normas do Ministério da Agricultura.
No cenário nacional, Minas Gerais ocupa posição de destaque, respondendo por uma parcela significativa da produção brasileira de tangerina. O estado mantém desempenho superior à média nacional em produtividade e área cultivada, reforçando sua importância para a citricultura do país.
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