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    Abelhas na produção de café aumentam lucro do produtor

    Polinização assistida pode gerar R$ 22 bilhões a mais por ano para o café arábica no Brasil
    Henrique RodartePor Henrique Rodarte24/01/2025
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    A inserção de abelhas manejadas em lavouras de café arábica pode revolucionar a produção brasileira. Um estudo inédito conduzido pela Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Syngenta e outras instituições, revelou que a polinização assistida aumenta a produtividade, melhora a qualidade dos grãos e gera impacto econômico significativo. Os resultados indicam um potencial de acréscimo de R$ 22 bilhões à receita anual da cafeicultura no Brasil, consolidando a técnica como uma ferramenta estratégica para o setor.

    A pesquisa e seus resultados: mais produtividade e qualidade no café

    Entre 2021 e 2023, o estudo foi conduzido em fazendas de São Paulo e Minas Gerais, principais regiões produtoras de café arábica. Colmeias de abelhas africanizadas (Apis mellifera) foram introduzidas estrategicamente nas plantações, com resultados comparados a áreas que dependiam apenas da polinização natural.

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    Os dados impressionam: a produtividade aumentou em 16,5%, passando de 32,5 para 37,9 sacas por hectare. Isso representa um acréscimo de 6,5 milhões de sacas na produção nacional.

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    Além do volume, a qualidade também subiu de nível. A nota sensorial da bebida — que considera sabor, aroma e outros fatores — aumentou em 2,4 pontos. Em algumas propriedades, os grãos evoluíram da classificação “regular” para “especial”, um mercado que agrega maior valor ao produto. O preço da saca subiu 13,15%, gerando um ganho adicional de US$ 25,40 por unidade.

    Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa e coautor do estudo, destaca os benefícios múltiplos da técnica. “A integração de abelhas manejadas na cafeicultura representa uma oportunidade de ganho econômico substancial, enquanto promove práticas agrícolas mais sustentáveis”, afirmou.

    Sustentabilidade e viabilidade: abelhas e defensivos agrícolas podem coexistir

    Uma das grandes preocupações do setor cafeeiro é o impacto dos defensivos agrícolas na saúde dos polinizadores. O estudo investigou os efeitos do tiametoxam, um inseticida amplamente utilizado, sobre as colmeias de abelhas africanizadas e nativas sem ferrão.

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    Os resultados mostram que, quando aplicados conforme as recomendações técnicas, os defensivos não comprometem a saúde das abelhas. Embora resíduos do inseticida tenham sido detectados em pólen e néctar, não houve alterações nos parâmetros avaliados, como mortalidade de larvas, produção de cria e atividade de forrageamento.

    “Esse resultado reforça que é possível equilibrar o uso de defensivos com a preservação dos polinizadores, garantindo produtividade e sustentabilidade”, explicou Menezes.

    Impacto econômico para a cafeicultura nacional

    Caso a polinização assistida fosse adotada em toda a área de café arábica no Brasil, o impacto econômico seria expressivo. De acordo com o estudo, o aumento de 16,5% na produtividade elevaria a produção nacional para 46,1 milhões de sacas em 2024, enquanto o valor total do mercado saltaria de R$ 70,5 bilhões para R$ 92,9 bilhões.

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    Integração entre o manejo de polinizadores e a cafeicultura de larga escala tem impactos positivos também na maior sustentabilidade ambiental das lavouras.

    Os benefícios vão além do aspecto econômico, impactando positivamente toda a cadeia produtiva. Jenifer Ramos, pesquisadora da Embrapa e coautora do estudo, ressalta que “a polinização assistida melhora a qualidade do agroecossistema, aumentando a rentabilidade dos produtores e promovendo uma agricultura mais sustentável.”

    A visão do produtor: tecnologia em prática

    Gustavo Facanali, engenheiro agrônomo e produtor rural, já implementou a técnica de polinização assistida em suas lavouras de café. Cultivando 120 hectares entre São Paulo e Minas Gerais, ele relata um aumento de 17% na produtividade, com a colheita passando de 110 para 128 sacas por hectare.

    “Com o preço atual do café, isso representa um ganho de R$ 27 mil por hectare. Além disso, a qualidade do grão melhorou, atingindo até 82 pontos na classificação sensorial”, relatou Facanali.

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    O produtor também destacou a importância da técnica frente às mudanças climáticas. “Com o clima instável, essa tecnologia ajuda a mitigar perdas e a manter a rentabilidade de forma sustentável”, concluiu.

    Um futuro promissor para a cafeicultura e a apicultura

    A adoção em larga escala da polinização assistida poderia beneficiar não só os cafeicultores, mas também o setor apícola. A cafeicultura de arábica no Brasil demandaria cerca de 6 milhões de colmeias, criando novas oportunidades para a apicultura e fortalecendo a sinergia entre agricultura e conservação ambiental.

    Guilherme Sousa, CEO da AgroBee, enxerga na prática uma oportunidade única. “A polinização assistida representa o maior potencial produtivo sustentável para a agricultura brasileira, unindo inovação e preservação da biodiversidade.”

    Em um mercado cada vez mais competitivo, a polinização assistida se mostra uma solução estratégica para aumentar a produtividade, agregar valor ao produto e promover uma agricultura mais sustentável. Os resultados do estudo comprovam que o manejo de abelhas não é apenas viável, mas essencial para a evolução do setor cafeeiro no Brasil.

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    Um dos poucos jornalistas tímidos do mundo, evita aparecer pois sabe que a notícia é sempre mais importante. Trabalhando com jornalismo durante mais de vinte anos, em todas as editorias, já viajou o mundo cobrindo o agronegócio (e o entretenimento). Acredito que a sustentabilidade e o agro andam juntos, e que somos um exemplo para o mundo, além de celeiro da humanidade.

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