Resumo da notícia
- Os preços dos fertilizantes no Brasil aumentaram significativamente antes da safra 2025/26, com ureia subindo 33%, MAP 19% e cloreto de potássio 20%, pressionando os custos dos produtores agrícolas.
- A relação de troca entre insumos e commodities piorou, levando agricultores a reduzir o consumo de fertilizantes e buscar alternativas como sulfato de amônio, TSP e SSP para minimizar impactos.
- A demanda interna crescente e condições de crédito mais rigorosas agravam a pressão sobre preços, exigindo dos produtores um gerenciamento eficiente de custos e riscos para garantir a viabilidade da safra.
- Fatores globais como restrições chinesas, forte demanda indiana e tarifas dos EUA sobre fertilizantes indianos, além da dependência do Brasil da Rússia, aumentam incertezas e riscos no abastecimento doméstico.
Resumo gerado pela redação.
Nos meses que antecedem a safra 2025/26, os produtores brasileiros enfrentam forte pressão devido à alta expressiva dos preços dos fertilizantes. De acordo com o último relatório semanal da StoneX, os custos da ureia nos portos nacionais subiram cerca de 33% entre janeiro e meados de agosto. Nessa mesma janela, o MAP (fosfatado amplamente usado no Brasil) teve alta de 19%, enquanto o cloreto de potássio avançou 20%.
Esse cenário impacta significativamente a relação de troca entre insumos e commodities. Segundo Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado, a relação de troca entre soja e MAP atingiu os piores níveis dos últimos anos, fazendo com que os agricultores adotem uma postura cautelosa na aquisição de fertilizantes, reduzindo o consumo do insumo.
“A demanda da Índia está sustentando os preços do nitrogenado, enquanto a queda nos valores do milho torna a relação de troca menos atraente no Brasil”, explica Pernías. Em resposta, compradores brasileiros têm optado por alternativas como o sulfato de amônio para nitrogenados e TSP e SSP para fosfatados, buscando minimizar impactos.
Cenário
O cenário indica que, com a aproximação da safra, a demanda interna deve reforçar a pressão sobre os preços, dificultando qualquer possibilidade de redução no curto prazo. Pernías destaca que “é fundamental que o produtor invista em um gerenciamento eficiente de custos e riscos para garantir a viabilidade da safra”.
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Além do aumento dos custos com fertilizantes, produtores enfrentam condições de crédito mais rigorosas neste ano, complicando ainda mais o financiamento da produção agrícola em 2025.
A escalada global dos preços dos fertilizantes não é exclusividade do Brasil. Estados Unidos e Índia, mesmo fora da temporada alta de compras, também lidam com preços elevados no complexo NPK. A restrição da China nas exportações, visando seu abastecimento interno, aliada à forte demanda indiana, mantém o mercado global apertado.
Por fim, incertezas geopolíticas geram preocupação entre os agentes do setor. A tarifa dos EUA sobre fertilizantes indianos, resposta aos fluxos comerciais que beneficiam a Rússia, acendeu um alerta no Brasil, onde a Rússia foi, em 2024, a principal fornecedora de fertilizantes. Qualquer alteração nesse cenário pode afetar diretamente o abastecimento doméstico.
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