Resumo da notícia
- Os ataques de abelhas aumentam na primavera e verão em Santa Catarina devido ao crescimento das colônias, que buscam locais urbanos para se instalar, gerando riscos quando perturbadas por barulho e movimentação.
- As abelhas atacam apenas para defender a colmeia, reagindo a vibrações e ruídos comuns, como corte de grama e obras, o que pode provocar ataques defensivos em áreas próximas a pessoas.
- Em caso de ataque, a orientação é afastar-se correndo em zigue-zague, buscar abrigo fechado, retirar ferrões sem apertar, lavar o local e aplicar gelo; atendimento médico deve ser procurado se houver múltiplas ferroadas ou reações alérgicas.
- O fenômeno da enxameação na primavera e verão faz com que colônias se dividam e migrem para áreas urbanas, causando aglomerações temporárias em árvores e varandas, que são apenas paradas antes de continuarem seu deslocamento.
Os casos de ataques de abelhas em áreas urbanas chamam a atenção em Santa Catarina principalmente na primavera e no verão. Esses insetos, embora fundamentais para o equilíbrio ambiental e para a agricultura, podem gerar situações de risco quando as colônias se instalam próximo à circulação de pessoas.
Durante as estações mais quentes, as colônias crescem e ficam mais populosas. Rodrigo Cunha, chefe da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri, esclarece um ponto importante: as abelhas não são agressivas, são defensivas.
“Elas só atacam quando percebem que sua colmeia está ameaçada”, explica o especialista. O problema ocorre quando enxames se instalam em telhados, árvores ocas, bueiros, entulhos ou galpões e acabam perturbados por barulho, vibrações ou movimentações comuns do dia a dia.
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Atividades rotineiras como corte de grama, obras ou simples movimentações podem perturbar um enxame. Quando isso acontece, as abelhas interpretam a situação como uma ameaça e desencadeiam uma reação de ataque para proteger a colônia.
A compreensão desse comportamento defensivo ajuda a população a evitar situações de risco e a tomar as precauções necessárias ao identificar a presença de abelhas nas proximidades.
O que fazer durante um ataque: orientações essenciais
Se um enxame desencadear um ataque, a Epagri orienta:
Ação imediata:
- Afaste-se imediatamente do local, de preferência correndo em zigue-zague
- Busque abrigo em ambiente fechado (casa, comércio ou veículo)
Primeiros socorros:
- Retire os ferrões raspando a pele com uma lâmina ou cartão
- Nunca aperte os ferrões com os dedos
- Lave a região com água corrente
- Aplique gelo para reduzir o inchaço
Quando buscar atendimento médico:
- Em casos de múltiplas ferroadas
- Se surgirem sinais de reação alérgica
- Sintomas como falta de ar, inchaço generalizado ou queda de pressão
Rodrigo alerta que qualquer pessoa pode entrar em risco de morte após uma grande quantidade de ferroadas. Indivíduos alérgicos podem sofrer reações graves até mesmo com apenas uma picada.
Enxameação: fenômeno natural aumenta presença urbana
A primavera e o verão trazem o fenômeno da enxameação. Nesse período, a colônia de abelhas se divide e parte da família migra para ocupar um novo local. Outro fenômeno comum é o abandono da colmeia, quando toda a família deixa a colônia em busca de outro abrigo.

Em ambos os casos, esses enxames frequentemente se deslocam até ambientes urbanos procurando locais adequados para se instalar.
Enxames temporários em árvores e varandas: como identificar
A população catarinense observa com relativa frequência enxames de abelhas se amontoando temporariamente em árvores, varandas ou beirais de casas. Rodrigo explica que essas aglomerações representam apenas uma “parada” antes de seguirem para outro local.
“Isso pode acontecer em poucas horas ou dias. Nessas situações, o ideal é não mexer e apenas manter distância e isolar o local”, recomenda o especialista.
A situação muda quando o enxame se fixa em um ponto que oferece risco. Locais próximos a áreas de circulação de pessoas, escolas, creches ou ambientes com animais exigem atenção especial.
Rodrigo recomenda acionar um serviço profissional para a retirada do enxame. “Nunca tente retirar a colmeia por conta própria. A falta de conhecimento e equipamentos de proteção pode desencadear um ataque grave”, alerta.
Polinização: o serviço essencial que vai além do mel
As abelhas prestam um serviço fundamental para a humanidade que ultrapassa a produção de mel: a polinização. Estudos estimam que 75% das plantas agricultáveis do mundo dependem desses insetos para produzir.
As plantas nativas também dependem das abelhas para sobreviver. A taxa de dependência varia de 30 a 80% entre as diferentes espécies vegetais. “Sem esse trabalho, haveria queda na produção de frutas, hortaliças e grãos, além de impactos severos na biodiversidade”, ressalta Rodrigo.
A compreensão da importância ecológica das abelhas ajuda a população a conviver de forma mais harmônica com esses insetos essenciais, respeitando seu papel na natureza enquanto adota medidas de segurança apropriadas.