O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) comemorou o diálogo realizado neste domingo (26), na Malásia, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. A conversa marcou um passo importante para fortalecer as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

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Importância do mercado americano

Os EUA importam 16% de todo o café exportado pelo Brasil, o que correspondeu a 8,1 milhões de sacas em 2024. O país é o principal destino do café brasileiro e um parceiro estratégico para o setor.

Durante a missão oficial à Indonésia e à Malásia, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, participou de reuniões com a equipe do governo federal. Ele apresentou informações estratégicas e defendeu a isenção das tarifas aplicadas aos cafés brasileiros.

Segundo o Cecafé, ambos os governos demonstraram disposição em avançar nas negociações sobre as tarifas em vigor. Essas taxas reduzem a competitividade do café brasileiro nos Estados Unidos. Como resultado, elas aumentam os preços ao consumidor norte-americano e ameaçam a participação do Brasil no maior mercado importador e consumidor de café do mundo.

A entidade reforçou que atua tanto no Brasil quanto em Washington para fortalecer a parceria bilateral. O objetivo é garantir competitividade nas exportações, previsibilidade ao mercado global e sustentabilidade à cadeia produtiva do café.

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O Cecafé espera resultados concretos para a eliminação das tarifas sobre o produto, medida que pode reduzir a pressão inflacionária nos EUA e estimular toda a cadeia produtiva brasileira.

Cafés Especiais

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também celebrou o encontro entre Lula e Trump. Para a entidade, a reunião representa uma oportunidade real de resolver o impasse tarifário e abrir novas frentes de cooperação entre os dois países.

A BSCA destacou que os Estados Unidos são o principal destino dos cafés especiais do Brasil, com 2 milhões de sacas exportadas por ano e uma receita superior a US$ 550 milhões.

A possível retirada do tarifaço de 50% sobre os cafés brasileiros tende a normalizar o comércio internacional do produto, especialmente entre o Brasil — maior fornecedor global — e os EUA — maiores importadores e consumidores do mundo.

Como representante oficial do setor de cafés especiais, a BSCA defende que o diálogo entre os governos preserve empregos, renda e parcerias históricas construídas entre os dois países. A entidade reforçou que a eliminação das tarifas é essencial para proteger o setor brasileiro, a indústria cafeeira e os consumidores norte-americanos.