Mercado ilegal representa 28% dos destilados e 9,7% dos fermentados
Foto: divulgação - Mapa

A falsificação de bebidas no Brasil representa uma sangria bilionária aos cofres públicos e uma ameaça crescente à saúde dos consumidores. Dados da Euromonitor International revelam que o país deixou de arrecadar aproximadamente R$ 28 bilhões em impostos no último ano devido à comercialização de produtos adulterados.

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O problema atinge proporções alarmantes no segmento de destilados, onde produtos falsificados correspondem a cerca de 28% do mercado nacional, incluindo vodca, uísque, cachaça, tequila, rum, gin e conhaque. No setor de fermentados, a situação também preocupa: 9,7% do mercado é composto por produtos ilícitos, representando 81,5 milhões de litros anuais de vinhos e espumantes fraudulentos.

Saúde em risco e prejuízos bilionários

Além do impacto fiscal, as bebidas adulteradas representam sérios riscos à saúde pública. Substâncias inadequadas são frequentemente utilizadas pelos falsificadores na tentativa de replicar as características dos produtos originais, colocando consumidores em perigo.

“A falsificação atinge principalmente as bebidas de maior valor agregado. Na maioria das vezes, os falsificadores reproduzem seus rótulos de forma idêntica para confundir os consumidores, por serem os itens mais fáceis de burlar”, explica Ramon Grasselli, gerente da Soma Solution, empresa fornecedora de equipamentos de codificação industrial.

Tecnologia a laser revoluciona combate à pirataria

Para enfrentar o problema, fabricantes têm investido em tecnologias avançadas que vão além dos rótulos tradicionais. Técnicas de marcação direta em embalagens e rolhas estão transformando o cenário de proteção no setor.

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A codificação a laser permite gravar informações diretamente no vidro das garrafas e até nas rolhas, criando identificações únicas e praticamente impossíveis de falsificar. Equipamentos como o SmartLase 350, da Markem-Imaje, já possibilitam codificar mais de cem mil produtos por hora em linhas de produção industrial.

“Produtores têm adotado técnicas que vão além dos rótulos, tornando cada item único. No caso dos vinhos e espumantes, por exemplo, já é possível gravar nomes e códigos de rastreabilidade diretamente no vidro e até mesmo nas rolhas”, destaca Grasselli.

A tecnologia atende não apenas ao setor de bebidas alcoólicas, mas também produtos com ou sem gás, sucos, águas minerais, leite e cerveja. Além do vidro, materiais de alta densidade como metais, plásticos e embalagens metalizadas podem receber codificação direta.

Rastreabilidade garante transparência

Sistemas de serialização e rastreabilidade representam aliados estratégicos no combate à falsificação. Ao integrar tecnologia de identificação única em cada garrafa, por meio de códigos, QR Codes ou etiquetas inteligentes. Esses sistemas permitem monitorar toda a cadeia produtiva, da fabricação ao ponto de venda.

“Isso garante transparência e autenticidade ao produto, dificultando a ação de falsificadores e facilitando a detecção de fraudes. Além de proteger o consumidor, a rastreabilidade fortalece a reputação das marcas e assegura o cumprimento das normas de segurança e qualidade impostas pelos órgãos reguladores”, afirma o executivo.

As soluções de marcação a laser apresentam vantagens operacionais significativas: dispensam o uso de tintas, reduzem paradas de linha para manutenção e não necessitam de sistemas de resfriamento, tornando o processo mais eficiente e sustentável.

Mercado em expansão exige proteção reforçada

Com a consolidação do Brasil como um dos mercados mais promissores no segmento de vinhos e espumantes, o combate à falsificação torna-se ainda mais urgente. O crescimento do setor atrai não apenas consumidores legítimos, mas também a atenção de criminosos.

“A união entre autoridades, consumidores, fabricantes e empresas que oferecem soluções tecnológicas é essencial para a preservação e credibilidade do setor”, conclui Grasselli.