Resumo da notícia
- O Brasil ampliou em 3,1% a área tratada com defensivos agrícolas no primeiro semestre de 2025, totalizando mais de 1,1 bilhão de hectares, segundo pesquisa da Kynetec Brasil encomendada pelo Sindiveg.
- As culturas de segunda safra, especialmente milho e algodão, lideraram o crescimento, com aumento nas aplicações de inseticidas e fungicidas, impulsionando a expansão do setor.
- Eventos de estiagem em regiões como Rio Grande do Sul e Paraná limitaram a expansão, impactando o manejo da soja e reduzindo o uso de fungicidas foliares.
- Mato Grosso e Rondônia concentraram 38% da área tratada, enquanto o volume total de defensivos aplicados cresceu 4,5%, com herbicidas representando 40% do total aplicado no país.
O Brasil expandiu em 3,1% a área tratada com defensivos agrícolas no primeiro semestre de 2025. O crescimento comparado ao mesmo período de 2024 elevou o total para mais de 1,1 bilhão de hectares tratados. Os dados integram pesquisa da Kynetec Brasil encomendada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg).
As culturas de segunda safra lideraram a expansão no período. Algodão e milho, plantados no início do ano, registraram crescimento tanto em área quanto em tecnologia aplicada. Os produtores aumentaram o número de aplicações, especialmente de inseticidas e fungicidas foliares.
A expansão poderia ter sido maior, mas eventos de estiagem atingiram Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. A seca nessas regiões impactou a safra de soja 2024/25 e reduziu o manejo com fungicidas foliares.
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Volume de aplicações cresce 4,5%
O volume total de defensivos aplicados entre janeiro e junho cresceu 4,5% em relação a 2024. A distribuição por categoria mostra herbicidas representando 40% do total. Inseticidas respondem por 29%, fungicidas por 21%, tratamento de sementes por 1% e outros produtos somam 8%.
A metodologia considera a PAT (Área Potencial Tratada). Este indicador calcula o número de aplicações e produtos no tanque. Assim, a PAT reflete tanto a área cultivada quanto a intensidade tecnológica nas lavouras.
O milho representou 33% da área total tratada no período. A soja ficou em segundo lugar com 28%, seguida pelo algodão com 16%. As demais culturas se distribuem entre pastagem (6%), cana (4%), feijão (3%), café (2%), arroz (2%), citros (2%), trigo (1%), hortifruti (1%) e outras (3%).
Regionalmente, Mato Grosso e Rondônia concentraram 38% da área tratada nacional. A região BAMATOPIPA (Bahia, Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará) respondeu por 17%. São Paulo e Minas Gerais somaram 13%, seguidos por Paraná (9%), Goiás e Distrito Federal (8%), Mato Grosso do Sul (8%), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (6%). As demais regiões representaram 2%.
Indicador PAT ganha relevância
Os resultados demonstram a importância do indicador PAT para monitorar o setor. A ferramenta se torna ainda mais crucial em cenários de instabilidade climática. A tomada de decisões técnicas no campo depende dessas informações para proteger lavouras e manter produtividade.
O crescimento registrado reflete a adaptação dos produtores às condições adversas. Chuvas irregulares e temperaturas acima da média exigiram maior intensidade no uso de defensivos para garantir a proteção das culturas.