Resumo da notícia
- A agricultura regenerativa na Amazônia, por meio do projeto RestaurAmazônia, promove produção sustentável que alia lucro, preservação ambiental e melhoria da qualidade de vida para mais de 1.400 famílias na Transamazônica, Pará.
- Com investimento de R$ 21 milhões desde 2021, o projeto substitui pastagens degradadas por sistemas agroflorestais que combinam gado, árvores e cacau premium, aumentando a produtividade e regenerando o solo.
- A diversificação produtiva permite que produtores familiares integrem a cadeia global do cacau bean-to-bar, que paga até quatro vezes mais, reduzindo a dependência exclusiva da pecuária e a pressão sobre novas áreas de floresta.
- A assistência técnica contínua da Fundação Solidaridad é fundamental para o sucesso, garantindo a adoção de práticas de baixo carbono, acesso a créditos verdes e aumento da renda e estabilidade econômica das famílias envolvidas.
A agricultura regenerativa começa a reescrever a história da pecuária familiar na Amazônia. Com práticas cada vez mais sustentáveis de manejo, o projeto RestaurAmazônia demonstra que é possível produzir com lucro, preservar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida no campo.
Desde 2021, a iniciativa, criada pelo Fundo JBS pela Amazônia em parceria com a Fundação Solidaridad, já aplicou R$ 21 milhões em assistência técnica, inovação e capacitação. Graças a esse investimento, mais de 1.400 famílias na região da Transamazônica, no Pará, viram suas propriedades se transformar em modelos de produção sustentável.
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Atualmente, o projeto ocupa 21 mil hectares. Em vez das antigas pastagens degradadas, surgiram sistemas agroflorestais que unem gado, árvores e lavouras de cacau premium. Assim, a floresta se regenera, a renda dos produtores aumenta e o solo, antes exausto, volta a respirar.
Do pasto degradado ao cacau de valor agregado
O segredo do sucesso está na diversificação produtiva. O modelo combina o manejo sustentável da pecuária com a implantação de lavouras de cacau de alta qualidade, voltadas ao mercado bean-to-bar, que valoriza o chocolate artesanal e o cultivo responsável.
Com isso, o produtor familiar não depende apenas do gado. Ele também participa de uma cadeia global que paga até quatro vezes mais pela amêndoa bem manejada. Essa mudança de lógica, aliás, tem impulsionado a economia rural e reduzido a pressão sobre novas áreas de floresta.
O aumento de 64% na produtividade reflete um manejo mais inteligente. A taxa de lotação, que mede quantos animais a terra pode sustentar sem se esgotar, subiu sem provocar degradação ou elevar as emissões de gases de efeito estufa. “Os números mostram para o Brasil e para o mundo que a produção na Amazônia pode ser rentável e regenerativa”, afirma Lucas Scarascia, gerente executivo do Fundo JBS pela Amazônia. “O produtor familiar é protagonista da agenda climática global, gerando riqueza com a floresta em pé”.
Técnica, proximidade e resultados
A assistência técnica contínua é o alicerce da transformação. A Fundação Solidaridad mantém equipes locais que acompanham cada propriedade, ajustam o manejo e garantem que as famílias consigam aplicar o conhecimento no dia a dia.
Além disso, os técnicos ajudam os produtores a acessar créditos verdes e programas de incentivo de baixo carbono, ampliando o impacto econômico. “A chave para essa transformação está na qualidade da nossa Assistência Técnica”, explica Rodrigo Castro, diretor de País da Solidaridad. “Garantimos que as famílias não apenas adotem práticas de baixo carbono, mas também atinjam um novo patamar de qualidade, maximizando sua renda e estabilidade econômica”.
Um modelo que inspira a Amazônia e o mundo
Os resultados são expressivos:
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1.218 hectares já foram restaurados com sistemas agroflorestais de cacau;
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17.308 hectares de pastagens estão sob manejo sustentável;
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2.154 hectares foram convertidos em lavouras produtivas de cacau.
Esses números representam mais do que estatísticas. Eles simbolizam uma mudança de paradigma, na qual o campo se torna parte da solução climática e não do problema.
Com o avanço da COP30, que será sediada em Belém (PA), o RestaurAmazônia se consolida como referência de intensificação sustentável e agricultura de baixo carbono. Afinal, o projeto prova que a Amazônia pode gerar riqueza com a floresta viva, sem abrir novas áreas e sem comprometer o futuro.
Em última análise, o programa mostra que o futuro do campo amazônico é regenerativo: mais árvores, mais renda, menos emissões e uma nova lógica de prosperidade enraizada na terra.