Resumo da notícia
- A ApexBrasil recebe dez compradores internacionais em Rio Branco para iniciar o programa Exporta Mais Brasil, promovendo cafés especiais da Amazônia e ampliando a presença do café brasileiro no mercado global.
- Os visitantes participam de visitas técnicas, cupping e encontros de negócios com produtores do Acre e Rondônia, destacando a tradição, tecnologia e sustentabilidade da produção amazônica de café robusta.
- O Governo Federal apoia o setor com a abertura de 500 novos mercados, reforçando a diversificação para exportadores brasileiros afetados por tarifas e alinhando o programa às metas da COP30.
- A produção de café robusta na Amazônia cresce 4,6% ao ano desde 2019, com alta produtividade em Rondônia e Acre, evidenciando a sustentabilidade e o potencial da região na cafeicultura.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) recebe dez compradores internacionais em Rio Branco neste sábado e domingo (2 e 3 de novembro) para a primeira etapa da edição Cafés Especiais do programa Exporta Mais Brasil. A iniciativa marca o início de uma agenda estratégica para ampliar a presença do café brasileiro de alta qualidade no mercado global.
Os visitantes estrangeiros, vindos da América do Sul, América do Norte, Europa, Oriente Médio, Ásia e África, participam de visitas técnicas a fazendas e cooperativas que produzem café robusta amazônico. A programação inclui ainda atividades de cupping e encontros de negócios diretos com produtores do Acre e de Rondônia.
“A Amazônia tem mostrado ao Brasil e ao mundo seu potencial para produzir cafés especiais, combinando tradição, tecnologia e sustentabilidade. Iniciar a agenda do Exporta Mais Brasil no Acre é um reconhecimento da força do nosso estado na produção de cafés diferenciados e de origem amazônica”, afirma Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.
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Governo Federal apoia setor cafeeiro com abertura de 500 mercados
A iniciativa integra o esforço do Governo Federal para apoiar o setor cafeeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já realizou mais de 18 encontros internacionais em parceria com a ApexBrasil e o Itamaraty, o que resultou na abertura de cerca de 500 novos mercados para produtos brasileiros.
A ação também faz parte das medidas de diversificação de mercados voltadas a exportadores brasileiros afetados pelas tarifas dos Estados Unidos. O programa reforça o compromisso com a sustentabilidade e incentiva a geração de renda para produtores rurais na Amazônia, alinhando-se ao contexto da COP30.
Produção amazônica cresce 4,6% ao ano
Segundo dados do IBGE, a região amazônica ampliou sua produção de café robusta em 4,6% ao ano desde 2019. Portanto, um desempenho muito superior à média nacional de 1,6%. Os produtores alcançaram esse avanço por meio de ganhos de produtividade, o que reforça o papel sustentável da região na cafeicultura.
A produtividade regional apresentou forte crescimento, com alta anual de 9,7% em Rondônia e 9,1% no Acre desde 2019.
Agenda segue para Minas Gerais e Espírito Santo
Após a etapa do Acre, o programa segue para Minas Gerais e Espírito Santo. O grupo de compradores receberá novos integrantes e totalizará 24 participantes vindos da América do Norte e do Sul, Europa, Oriente Médio e Ásia.
Entre 4 e 6 de novembro, os visitantes participam da Semana Internacional do Café (SIC) em Belo Horizonte (MG). Esse é um dos principais eventos do setor, aberto a produtores de cafés arábica, robusta e conilon de todo o Brasil. A jornada se encerra entre 9 e 14 de novembro nas regiões de Matas de Minas (MG) e Caparaó (MG/ES), reconhecidas nacionalmente pela produção de cafés especiais.
O Exporta Mais Brasil conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional). Nesta edição, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e associações regionais de produtores também apoiam a iniciativa: Conselho das Entidades de Café de Matas de Minas, Associação de Produtores de Cafés Especiais do Caparaó (APEC) e Cafeicultores Associados da Região de Matas de Rondônia (CAFERON).
Exportações crescem 456 vezes em dois anos
A ApexBrasil tem desempenhado papel decisivo na ampliação das exportações de robusta amazônico por meio de ações estratégicas de promoção comercial. Em agosto de 2023, a Agência levou 20 compradores de 11 países a Cacoal (RO), onde eles se reuniram com 23 produtores locais. A missão resultou em R$ 8 milhões em negócios até 2024.
A Luckin Coffee, maior rede de cafeterias da China, estava entre os compradores presentes. A visita marcou o início de uma parceria estratégica que culminou, em junho de 2024, na assinatura de um acordo para fornecimento de até 120 mil toneladas de café brasileiro, no valor de US$ 500 milhões.
O sucesso da cooperação abriu caminho para um novo acordo, firmado para a compra de 240 mil toneladas do grão brasileiro entre 2025 e 2029, estimado em US$ 2,5 bilhões. A ApexBrasil articulou a negociação em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
“Iniciativas como essa têm impulsionado significativamente o crescimento das exportações nacionais que incluem não apenas o robusta amazônico, mas também outros tipos de café, como o arábica. Nesse sentido a agenda segue para Minas Gerais e, em seguida Espírito Santo”, ressalta Jorge Viana.
O volume exportado pela região Norte saltou de US$ 18 milhões em 2023 para US$ 131 milhões em 2024. Um aumento de sete vezes em relação ao ano anterior e 456 vezes superior ao registrado em 2022, quando as exportações totalizaram US$ 287 mil.
Sobre o Exporta Mais Brasil
A ApexBrasil criou o programa Exporta Mais Brasil para aproximar o comércio exterior de empreendedores de todas as regiões do país e potencializar exportações e oportunidades de negócios. Empresas de diferentes setores participam de rodadas de negócios, missões comerciais e ações de promoção internacional que conectam diretamente produtores brasileiros a compradores estrangeiros.
Entre 2023 e 2024, o programa realizou 28 edições, apoiou 875 empresas brasileiras, promoveu a vinda de 305 compradores internacionais de 65 países e gerou R$ 553 milhões em negócios. As ações consolidam o Brasil como um dos principais fornecedores de produtos de alto valor agregado no mercado global.