Acre e Rondônia receberam compradores da América, Europa e Ásia em evento que valoriza o café regional
Foto: divulgação - ApexBrasil

A ApexBrasil abriu, nos dias 2 e 3 de novembro, a edição Cafés Especiais do programa Exporta Mais Brasil com foco no robusta amazônico. A primeira etapa ocorreu no Acre e reuniu nove compradores internacionais vindos da América, Europa, Oriente Médio e Ásia.

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A programação incluiu visitas técnicas, sessões de cupping e encontros de negócios com produtores do Acre e de Rondônia. As ações fortaleceram a imagem da Amazônia como produtora de cafés especiais com qualidade, tecnologia e sustentabilidade. “O Acre simboliza a força da produção amazônica. É um reconhecimento ao potencial do nosso café especial”, afirmou Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.

Novas iniciativas impulsionam o café amazônico

Dois anúncios marcaram o evento. O primeiro foi o lançamento do The Best of Canephora, o primeiro concurso internacional dedicado aos robustas amazônicos. A iniciativa vai reconhecer e dar visibilidade global à qualidade da variedade.

O segundo destaque foi o anúncio de um curso para formação de provadores profissionais, previsto para fevereiro de 2026, na região Norte. O objetivo é capacitar especialistas e fortalecer toda a cadeia produtiva. Essas ações consolidam a valorização e a internacionalização do robusta amazônico, ampliando sua presença e prestígio no mercado mundial.

Novos mercados

O programa faz parte das ações do Governo Federal para fortalecer o setor cafeeiro. Desde o início da gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de 18 agendas internacionais em parceria com a ApexBrasil e o Itamaraty, abrindo cerca de 500 novos mercados para produtos brasileiros.

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A estratégia também busca diversificar destinos de exportação, especialmente para produtores impactados por tarifas dos Estados Unidos. O projeto reforça o compromisso com a sustentabilidade e a geração de renda na Amazônia, alinhado às metas da COP30.

Crescimento da produção de robusta na Amazônia

A produção de robusta amazônico cresce em ritmo acelerado. Dados do IBGE mostram avanço médio de 4,6% ao ano desde 2019, acima da média nacional de 1,6%.

A produtividade também impressiona: Rondônia registrou alta anual de 9,7%, enquanto o Acre cresceu 9,1% no mesmo período. Os resultados reforçam o papel sustentável da região na produção de café.

Exporta Mais Brasil segue para outras regiões

Após o Acre, o programa avança para Minas Gerais e Espírito Santo. O grupo de compradores internacionais passará de 9 para 24 integrantes, vindos de cinco continentes.

Entre 4 e 6 de novembro, o grupo participará da Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, um dos principais eventos do setor. A jornada se encerra entre 9 e 14 de novembro, nas regiões de Matas de Minas e Caparaó, reconhecidas pela produção de cafés especiais.

O Exporta Mais Brasil conta com apoio do Sebrae Nacional, da BSCA e de associações regionais como CAFERON, APEC e o Conselho das Entidades de Café de Matas de Minas.

Exportações em alta e novos acordos internacionais

A ApexBrasil tem papel decisivo na expansão das exportações de robusta amazônico. Em agosto de 2023, a Agência levou 20 compradores de 11 países a Cacoal (RO). O encontro com 23 produtores locais gerou R$ 8 milhões em negócios até 2024.

Entre os compradores, destacou-se a Luckin Coffee, maior rede de cafeterias da China. A parceria resultou em acordo de US$ 500 milhões, firmado em 2024, para fornecimento de 120 mil toneladas de café.

O sucesso levou a um novo contrato de US$ 2,5 bilhões, válido de 2025 a 2029, para compra de 240 mil toneladas. O acordo foi articulado pela ApexBrasil e pelo MDIC.

“O robusta amazônico se tornou símbolo da força exportadora do Brasil”, destacou Jorge Viana. O volume exportado pela região Norte subiu de US$ 18 milhões em 2023 para US$ 131 milhões em 2024, um crescimento de sete vezes.

Exporta Mais Brasil

Criado pela ApexBrasil, o programa aproxima o comércio exterior de empreendedores de todas as regiões do país. Em dois anos, foram 28 edições, com 875 empresas apoiadas, 305 compradores internacionais de 65 países e R$ 553 milhões em negócios.

A iniciativa posiciona o Brasil como fornecedor global de produtos de alto valor agregado, ampliando oportunidades e reconhecimento para o café robusta amazônico.