A prefeita Adriane Lopes sancionou a Lei Municipal 7.451. A norma proíbe o plantio, comércio, transporte e produção da murta (Murraya paniculata) em todo território de Campo Grande.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Quem descumprir a lei paga multa de R$ 1 mil. Em caso de reincidência, o valor dobra para R$ 2 mil. O município também criará planos para erradicar ou substituir as plantas já existentes.

Planta hospeda praga que devasta plantações de laranja no país

O secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, comemora a decisão. “Campo Grande concentra o maior número dessas plantas. A murta hospeda a principal praga que destrói plantações de cítricos”, explica.

A medida fortalece o projeto do Estado para transformar Mato Grosso do Sul em polo citrícola. O vereador Veterinário Francisco propôs o projeto municipal. O Estado já possui lei similar desde o ano passado – a Lei Estadual 6.293.

Três Lagoas e Dois Irmãos do Buriti já adotaram leis idênticas. Outras câmaras municipais tramitam projetos semelhantes.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Inseto voa até 20 quilômetros e espalha doença mortal

A coordenadora de Citricultura da Semadesc, Karla Nadai, detalha os riscos. A murta hospeda o psilídeo da laranja, inseto que transmite o greening – a pior doença dos cítricos.

“O psilídeo voa cinco quilômetros naturalmente. Com vento, alcança 20 quilômetros”, alerta Karla. A praga já devastou pomares americanos e comprometeu 50% das lavouras paulistas.

São Paulo lidera a produção nacional com 400 mil hectares de pomares. Por isso, especialistas defendem a erradicação total da murta, inclusive nas cidades.

MS atrai investimentos de R$ bilhões na citricultura

Mato Grosso do Sul já recebeu grandes investimentos no setor. O Estado possui mais de 20 mil hectares plantados e deve chegar a 30 mil até dezembro.

A iniciativa de erradicar a murta é pioneira no Brasil. Isso torna MS muito atrativo para produtores e indústrias. O Estado também determina a destruição de plantas infectadas – medida inédita no país.

Há dois anos, o governo firmou parceria com o FundeCitrus. O fundo contratou um engenheiro agrônomo exclusivo para MS. O profissional acompanha todos os produtores no combate ao greening.

A murta-de-cheiro origina-se do Mediterrâneo. Possui folhagem verde vibrante, flores brancas ou rosadas e aroma agradável. O arbusto de porte médio era popular na arborização urbana.

Porém, sua associação com o greening transformou a espécie em problema grave. A medida busca proteger os bilhões investidos na citricultura sul-mato-grossense.

Leia mais:
+ Agro em Campo: Com R$ 15 bilhões em investimentos, Porto de Santos deve dobrar movimento de cargas em 10 anos

+ Agro em Campo: Você sabia? Vaca recordista na produção de leite é brasileira