Resumo da notícia
- O Brasil tornou-se o maior exportador mundial de algodão na safra 2024/2025, com 4,11 milhões de toneladas colhidas e 2,83 milhões exportadas, graças a investimentos em tecnologia e inovação no campo.
- O capim-pé-de-galinha é uma ameaça grave à cotonicultura, reduzindo até 50% da produção e apresentando resistência a diversos herbicidas, o que dificulta seu controle nas lavouras brasileiras.
- Essa planta daninha se adapta a quase todos os tipos de solo e regiões do país, dispersando até 120 mil sementes e atuando como hospedeira de pragas e doenças que agravam os danos às culturas.
- O manejo integrado, combinando herbicidas com novas moléculas e práticas culturais como rotação de culturas, é essencial para controlar o capim-pé-de-galinha e garantir a produtividade e sustentabilidade da cotonicultura.
O Brasil conquistou a posição de maior exportador de algodão do mundo. Na safra 2024/2025, os cotonicultores brasileiros colheram 4,11 milhões de toneladas de pluma e exportaram 2,83 milhões de toneladas. Os produtores investem constantemente em tecnologia e inovação no campo para manter esse desempenho, mas enfrentam desafios diários que incluem condições climáticas adversas, altos custos de produção e, principalmente, a infestação de pragas e plantas daninhas.
O capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) representa uma das ameaças mais sérias à rentabilidade da cultura. A planta daninha mostra resistência a diversos herbicidas e pode devastar as lavouras.
“Essa planta reduz até 50% da produção agrícola. O controle tornou-se cada vez mais complexo devido à resistência a diferentes grupos químicos”, alerta Fábio Lemos, gerente de culturas e portfólio da FMC, empresa de ciências para agricultura.
Planta se adapta facilmente e infesta todo o país
O capim-pé-de-galinha demonstra ampla adaptabilidade. A planta daninha infesta lavouras anuais e perenes, cresce em praticamente todos os tipos de solo e está presente em quase todas as regiões agrícolas brasileiras. Cada planta dispersa até 120 mil sementes e compete intensamente por água, luz e nutrientes com as culturas comerciais.
“Além disso, essa daninha atua como ponte-verde. Ela hospeda pragas e doenças, o que agrava ainda mais os danos à lavoura. Por isso, a introdução de novos modos de ação tornou-se fundamental”, reforça Lemos.
Manejo integrado é a solução mais eficaz
Diante desse cenário, produtores precisam adotar herbicidas com novas moléculas e procedimentos integrados de manejo para manter a produtividade e a competitividade da cotonicultura.
O especialista ressalta a importância de estratégias integradas de manejo além do uso de herbicidas inovadores. “O capim-pé-de-galinha exige atenção e planejamento constantes. Combinar práticas culturais, como rotação de culturas, ao uso de herbicidas com novos modos de ação é a melhor estratégia para enfrentar a complexidade do controle”, afirma.
Lemos conclui que essa prática aumenta a eficiência do manejo e contribui para uma agricultura mais sustentável e produtiva. A combinação de diferentes ferramentas representa o caminho mais seguro para os cotonicultores protegerem seus investimentos e manterem o Brasil na liderança global do setor.