Resumo da notícia
- Os preços da carne bovina nos EUA atingiram recordes em 2025, com carne moída a US$ 6,34 e bifes a US$ 11,88 por libra, impulsionados pela oferta limitada devido ao menor rebanho desde os anos 1950 e secas severas.
- Tarifas impostas pelo governo Trump, incluindo 50% sobre produtos brasileiros, reduziram drasticamente as importações dos EUA, com exportações brasileiras caindo 62% entre abril e junho de 2025, afetando a disponibilidade e elevando preços.
- Projeções do USDA indicam aumento nos preços da carne bovina para 2025, com déficit comercial previsto em 1,8 bilhão de libras, o maior desde 2006, refletindo a combinação de oferta restrita e restrições comerciais.
- Empresas do setor enfrentam desafios para gerenciar preços e mix de produtos diante da demanda alta, oferta limitada e políticas protecionistas, enquanto consumidores americanos mantêm consumo robusto apesar dos preços elevados.
Resumo gerado pela redação.
Os preços da carne bovina nos Estados Unidos alcançaram níveis recordes em agosto de 2025, com a carne moída atingindo US$ 6,34 por libra em julho. Enquanto bifes não cozidos também bateram máxima histórica de US$ 11,88 por libra.
O Departamento de Agricultura americano (USDA) registra o menor rebanho bovino desde a década de 1950. Sâo apenas 27,9 milhões de cabeças de gado para produção de carne, uma queda de 13% em relação a 2019. O preço médio do varejo para toda carne bovina fresca atingiu um recorde de US$ 8,50 por libra em abril de 2025, registrando 23 meses consecutivos de aumentos anuais.
Bernt Nelson, economista agrícola da American Farm Bureau Federation, alerta que a oferta permanece limitada mesmo após o período tradicional de churrascos devido à redução histórica do rebanho e às secas nos principais estados produtores.
Tarifas restringem importações brasileiras
A situação se agrava com a política comercial restritiva do governo Trump. O presidente americano anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em julho, adicionais aos 10% já impostos desde abril.
Os dados da Secex/Brasil mostram o impacto imediato das tarifas: as exportações de carne bovina para os EUA despencaram de 48 mil toneladas em abril para 18 mil toneladas em junho, uma queda de 62%.
O Brasil representava parcela significativa das importações americanas de carne bovina. Mas enfrentava anteriormente uma cota anual de 65 mil toneladas com tarifa zero, que agora passa a ter tarifa mínima de 10%.
Projeções indicam pressão contínua nos preços
O USDA ajustou para cima as projeções de preços para 2025 com base nos dados reais até junho, mantendo inalterada a previsão para 2026. A CattleFax projeta que o mercado de bezerros deve ter média de US$ 3,30 a US$ 3,40 por bezerro macho em 2025, comparado aos US$ 3,10 de 2024.
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Para 2025, o déficit comercial americano de carne bovina deve atingir 1,8 bilhão de libras. O maior desde 2006, quando as exportações ainda se recuperavam de restrições comerciais temporárias.
Empresas enfrentam desafios operacionais
Para empresas do setor alimentício e redes varejistas, o cenário atual representa desafios complexos no gerenciamento de preços, disponibilidade de produtos e composição do mix de proteínas oferecidas aos consumidores.
Dados do setor mostram que o americano médio deve consumir 59,1 libras de carne bovina em 2025, comparado a 102,5 libras de frango e 50,3 libras de suíno. Indicando que a demanda permanece robusta apesar dos preços elevados.
A nova tarifa de 50% deve reduzir drasticamente as importações brasileiras. E forçar compradores americanos a buscar fornecedores alternativos no Mercosul, incluindo Argentina, Uruguai e Paraguai.
A combinação de oferta doméstica restrita, política comercial protecionista e demanda sustentada mantém o setor sob pressão inflacionária. Com perspectivas de que os preços recordes persistam ao longo do segundo semestre de 2025.
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