Resumo da notícia
- A manutenção das exportações de carne bovina para a China será crucial para sustentar os preços do boi gordo em 2026, diante de uma oferta doméstica confortável no curto prazo.
- O preço futuro da arroba para 2026 subiu 6% em relação a 2025, alcançando R$ 333,10, com expectativa de moderação gradual da oferta ao longo do ano.
- A China adiou para janeiro a decisão sobre investigação de salvaguarda, aliviando temporariamente a pressão sobre exportadores brasileiros e estabilizando o mercado físico.
A manutenção das exportações de carne bovina para a China será determinante para sustentar as cotações do boi gordo no próximo ano. A avaliação aparece no relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, que destaca o papel do mercado chinês no equilíbrio entre oferta e demanda doméstica.
Em 12 de dezembro, o preço médio futuro da arroba para 2026 alcançou R$ 333,10, avanço de 6% em relação a 2025. A consultoria projeta uma moderação gradual da oferta ao longo de 2026, mas a entrada do período sazonal de descarte de fêmeas e o aumento dos animais de pasto devem ampliar a oferta nos próximos meses.
“O fluxo normal de exportações à China será essencial para evitar quedas nas cotações do boi gordo, diante de um cenário de oferta confortável no curto prazo”, afirma Cesar de Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA.
- Mais da metade do café em compras públicas no Paraná tem fraude
- Câmara flexibiliza regras para veículos agrícolas circularem em rodovias
A China adiou para janeiro a decisão sobre a investigação de salvaguarda, inicialmente prevista para novembro. A postergação reduziu a pressão sobre o contrato futuro de dezembro e trouxe alívio temporário aos exportadores brasileiros, que mantêm posição relevante no mercado chinês. Com o mercado físico estável, os vencimentos mais curtos continuam sem espaço para valorizações além dos níveis atuais.
Oferta elevada
Mesmo com alguma margem para avanço das cotações, a oferta elevada limita movimentos mais expressivos. Dados preliminares de abates sob inspeção federal (SIF) em novembro confirmam o ritmo forte registrado nos dois meses anteriores.
Segundo o Itaú BBA, as margens dos confinamentos permanecem positivas, sustentadas pelos preços futuros do boi e pelos custos de ração ainda controlados. O principal desafio segue sendo o encarecimento do boi magro, resultado da dificuldade de reposição. Já o bezerro tende a continuar valorizado, com oferta restrita e pressão crescente sobre as fases de recria e engorda.