O BNDES anunciou a maior liberação de recursos de sua história para o agronegócio: são R$ 70 bilhões destinados ao Plano Safra 2025/2026, válidos de julho de 2025 a junho de 2026. O montante inclui linhas específicas para investimento, custeio, modernização tecnológica, irrigação, armazenagem e exportação, com juros competitivos e prazos flexíveis. E mais: parte desses recursos está disponível em dólar, oferecendo uma alternativa estratégica para produtores voltados ao mercado externo.

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Além disso, em apenas oito dias úteis, o banco já aprovou R$ 5,3 bilhões em crédito rural, distribuídos em mais de 13 mil operações. As cooperativas de crédito intermediaram mais de 90% dos financiamentos, segundo o BNDES — um dado que, além de evidenciar a ampla capilaridade do sistema, reforça sua relevância para pequenos e médios produtores.

Como funciona o crédito rural do BNDES

O crédito pode ser solicitado por meio de mais de 80 agentes financeiros credenciados, entre bancos e cooperativas. As principais linhas disponíveis incluem:

  • Pronaf (para agricultura familiar, com juros de 0,5% a 8% ao ano);

  • Pronamp, Moderfrota, Inovagro, Proirriga e PCA;

  • Crédito em dólar (TFBD), voltado a exportadores, com teto de R$ 14,4 bilhões.

O produtor pode escolher entre taxas atreladas à Selic, à TLP, à taxa fixa do BNDES ou à TFBD, que protege contra a volatilidade dos juros nacionais e garante juro fixo em moeda estrangeira.

Juros mais baixos e crédito em dólar

Um dos grandes destaques deste ciclo é a linha com taxa fixa em dólar (TFBD), que passou de R$ 4 bilhões para R$ 14,4 bilhões em orçamento. A modalidade é ideal para produtores que possuem receita em moeda estrangeira, pois oferece menor risco cambial e custo financeiro mais competitivo. Ou seja, uma alternativa cada vez mais buscada, principalmente diante da pressão dos juros domésticos.

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A medida atende à demanda de exportadores que, diante de margens mais apertadas, precisam de previsibilidade para financiar novas tecnologias, ampliar a produção ou investir em sustentabilidade.

O que dizem os executivos do BNDES

O presidente do banco, Aloizio Mercadante, afirmou que:

“Este volume expressivo de recursos aprovados em poucos dias demonstra o papel estratégico do BNDES no apoio ao agro brasileiro. O destaque vai para as cooperativas, responsáveis por mais de 90% das operações.”

Já a diretora de Crédito Digital, Maria Fernanda Coelho, destacou que:

“Os R$ 70 bilhões representam o maior valor já direcionado ao agro em toda a história do BNDES. Isso mostra nosso compromisso com a inovação, o crédito inclusivo e o crescimento sustentável.”

Agricultura familiar em foco

Do total de R$ 70 bilhões previstos, o BNDES vai destinar R$ 13,4 bilhões à agricultura familiar, por meio do Pronaf, e direcionar os R$ 26,3 bilhões restantes à agricultura empresarial. Os juros variam conforme o perfil do produtor e a linha de crédito, indo de 0,5% a 14% ao ano.

A prioridade é fomentar práticas sustentáveis, modernizar o parque tecnológico das propriedades e ampliar a produtividade — especialmente em regiões onde o crédito bancário tradicional tem menor penetração.

Passo a passo para acessar o crédito

  1. Identifique sua necessidade: custeio, maquinário, irrigação, infraestrutura ou exportação.

  2. Procure um agente credenciado: bancos ou cooperativas parceiras do BNDES.

  3. Apresente os documentos: CPF ou CNPJ, dados da propriedade e da atividade rural.

  4. Espere a análise de crédito: a instituição avalia o perfil e submete o pedido ao BNDES.

  5. Receba o crédito aprovado: os recursos são liberados de acordo com a linha escolhida.

Cooperativas lideram operações no campo

Um dado que chama atenção neste Plano Safra, por exemplo, é o avanço das cooperativas de crédito, que foram responsáveis por intermediar mais de 90% das operações aprovadas nos primeiros dias. Graças à sua presença local, ao relacionamento direto com os produtores e à agilidade no processo, essas instituições se consolidaram como o canal mais eficiente para fazer o recurso chegar onde ele realmente é necessário.

Além disso, esse modelo de descentralização favorece a inclusão financeira, ao mesmo tempo que impulsiona a economia em pequenas cidades e garante um retorno social elevado.

Sustentabilidade como critério de concessão

Por outro lado, o BNDES também adotou uma medida relevante no campo da sustentabilidade: o bloqueio de crédito para propriedades com indícios de desmatamento ilegal. Desde 2023, em parceria com a plataforma MapBiomas, o banco passou a monitorar de forma sistemática a regularidade ambiental dos imóveis rurais que pleiteiam financiamento.

De acordo com Aloizio Mercadante, o uso de tecnologia é essencial para garantir que o crédito beneficie quem está alinhado com boas práticas ambientais:

“Não podemos ter complacência com quem destrói o meio ambiente. O BNDES vai premiar quem preserva e investe de forma responsável.”

Por que isso importa para o agro

Num momento em que o agronegócio responde por mais de 25% do PIB brasileiro, o acesso ao crédito é decisivo. A cada safra, produtores enfrentam desafios que vão desde o custo dos insumos até a instabilidade climática. Portanto, contar com linhas de financiamento competitivas, seguras e bem distribuídas pode fazer toda a diferença no resultado da colheita.

Com foco em inovação, sustentabilidade e inclusão produtiva, o BNDES se posiciona como um dos principais motores do agro nacional. E, ao que tudo indica, o Plano Safra 2025/2026 veio para consolidar esse papel.