Resumo da notícia
- A safra de grãos 2025/26 no Brasil deve alcançar 354,7 milhões de toneladas, com crescimento de 0,8%, impulsionada por aumento de 3,3% na área cultivada, que chegará a 84,4 milhões de hectares.
- A soja lidera a expansão com aumento de 3,6% na área plantada, totalizando 49,1 milhões de hectares, e produção estimada em 177,6 milhões de toneladas, superando a safra anterior.
- A produção de milho também cresce, com expectativa de 138,6 milhões de toneladas em três safras, e aumento de 6,1% na área plantada na primeira safra, especialmente no Sul do país.
- Arroz e trigo enfrentam retração na área cultivada, com redução de 5,6% e 19,9%, respectivamente, enquanto o feijão mantém estabilidade na produção, estimada em 3 milhões de toneladas.
A safra de grãos 2025/26 deve consolidar mais um ciclo de crescimento para o agronegócio brasileiro. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total estimada alcança 354,7 milhões de toneladas, representando aumento de 0,8% em relação ao ciclo anterior.
O desempenho positivo está diretamente relacionado à expansão de 3,3% na área cultivada, que deve atingir 84,4 milhões de hectares na temporada 2025/26. Os números constam no primeiro levantamento oficial da safra, realizado pela estatal vinculada ao governo federal.
Soja lidera expansão com crescimento de 3,6% em área plantada
A cultura da soja apresenta as perspectivas mais robustas para o novo ciclo agrícola. A área destinada ao plantio da oleaginosa deve crescer 3,6% comparada à safra 2024/25, alcançando 49,1 milhões de hectares. Com essa expansão, a Conab projeta colheita de 177,6 milhões de toneladas, superando as 171,5 milhões de toneladas registradas na temporada anterior.
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As chuvas de setembro favoreceram o início do plantio nas regiões do Centro-Sul do país. Até o momento, 11,1% da área já foi semeada, índice ligeiramente superior ao mesmo período do ciclo passado. Nos principais estados produtores, os números são ainda mais expressivos: Mato Grosso registra 18,9% da área plantada, enquanto o Paraná já alcançou 31% nos primeiros dez dias de outubro.
Milho apresenta expectativa de produção de 138,6 milhões de toneladas
A produção de milho também sinaliza crescimento robusto para 2025/26. A área plantada pode chegar a 22,7 milhões de hectares, com expectativa de colheita de 138,6 milhões de toneladas considerando as três safras do cereal.
Apenas na primeira safra, a Conab prevê incremento de 6,1% na área semeada, com estimativa de produção de 25,6 milhões de toneladas — crescimento de 2,8% em relação ao período anterior. No Rio Grande do Sul, onde o plantio inicia em agosto, 83% da área já estava semeada em 11 de outubro. No Paraná, o índice alcança 84%, e em Santa Catarina, 72%. Nas regiões Centro-Oeste e demais estados, a semeadura ainda não foi iniciada.
Arroz registra redução de área enquanto feijão busca estabilidade
A cultura do arroz apresenta tendência de retração para a safra 2025/26. A área destinada ao plantio deve reduzir 5,6%, totalizando 1,66 milhão de hectares. Na lavoura irrigada, a queda prevista é de 3,7%, enquanto no cultivo de sequeiro a diminuição pode atingir 12,5%. Mesmo com menor área cultivada, a produção estimada alcança 11,5 milhões de toneladas.
Para o feijão, cultura de ciclo curto, a tendência é de estabilidade. Somadas as três safras da leguminosa, a produção deve ficar em 3 milhões de toneladas. A área da primeira safra terá redução de 7,5% comparada ao primeiro ciclo de 2024/25, totalizando 840,4 mil hectares de plantio previsto.
Trigo enfrenta retração de 19,9% na área cultivada.
Com aproximadamente 40% das lavouras já colhidas, a produção de trigo em 2025 deve atingir 7,7 milhões de toneladas, queda de 2,4% em relação à safra 2024. A redução decorre principalmente da retração de 19,9% na área cultivada, motivada por condições menos favoráveis no momento da decisão de plantio.
As projeções da Conab indicam forte incremento nas exportações brasileiras de milho. Enquanto os embarques da safra 2024/25 estão estimados em 40 milhões de toneladas, para o novo ciclo a previsão alcança 46,5 milhões de toneladas. O consumo interno também deve crescer, passando de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas, impulsionado pela maior demanda para produção de etanol.
Na soja, o Brasil deve consolidar novamente a posição de maior exportador mundial da oleaginosa. A previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos, aliada ao aumento da demanda global e à expansão da produção brasileira, permite projetar embarques superiores a 112,11 milhões de toneladas. O esmagamento de soja também deve crescer, podendo atingir 59,56 milhões de toneladas em 2026, impulsionado pelo aumento na mistura de biodiesel ao diesel e pela crescente procura por proteína vegetal.
Arroz amplia exportações apesar de menor área plantada
Mesmo com redução na área cultivada, o mercado de arroz deve manter boa oferta interna. O Brasil deverá ampliar as exportações do grão para 2,1 milhões de toneladas na safra 2025/26, comparado a 1,6 milhão de toneladas no ciclo anterior.

As importações e o consumo doméstico devem permanecer estáveis em torno de 1,4 milhão e 11 milhões de toneladas, respectivamente. Os estoques de passagem devem apresentar leve redução de 11,4%, estimados em 1,82 milhão de toneladas em fevereiro de 2027, mantendo-se em patamar elevado.